O uso da categoria gênero, de forma acrítica, contribui para a repetição de uma divisão binária "naturalizada" dos sexos. Fundada na procriação, a heterossexualidade aparece como uma instituição política que define papéis e status no social, criando corpos atrelados aos gêneros feminino e masculino. Constroem-se assim identidades fictícias em torno do sexo biológico, erigindo a sexualidade em essência do ser. A utilização da categoria "heterogênero" aponta, em sua enunciação, para esta construção, dando lugar a perspectivas múltiplas de análise da construção do social.
heterogênero; naturalização; sexualidade; identidade