Este artigo trata da relação intrínseca entre a definição de adolescência e a idéia de delinqüência juvenil pré-existente, tomada de empréstimo da filantropia e dos tratados jurídicos do século XIX, a partir da qual delineou-se a figura do adolescente "ideal". Resulta da análise de livros e textos da (psico)pedagogia - produzidos entre a primeira década do século XX até os anos setenta -, os quais, por meio de um discurso próprio, traçaram definições e problemáticas, caracterizando cientificamente o surgimento de uma nova subjetividade, a adolescência. Essa pesquisa demonstra ainda alguns deslocamentos posteriores da definição de adolescência - como o rebelde sem causa e o jovem revolucionário - e que, ainda com a criação desses novos personagens, a imagem do adolescente transgressor permaneceu vigente no imaginário social, definindo e determinando os destinos deste sujeito.
adolescência; delinqüência; (psico)pedagogia