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O processo pedagógico da luta de gênero na luta pela terra: o desafio de transformar práticas e relações sociais1 1 As reflexões deste artigo integram a pesquisa de doutorado "A Emancipação da Mulher através da Participação na Luta pela Terra: Brasil e Chile", desenvolvida na Universidade de Londres, no Programa de Estudos Ibéricos e Latino-Americanos do Queen Mery College (Schwendler, 2013). Esta pesquisa contou com o financiamento da Universidade Central de Londres - grant awarded by the Academic Trust Funds committee from the Convocation Trust Appeal Fund for the Central Research Fund, e do Queen Mary College, além do apoio da Universidade Federal do Paraná e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, através da bolsa do Programa de Doutorado Pleno no Exterior.

The pedagogical process of gender struggle within land struggle: the challenge of transforming social practices and relationships

O presente artigo analisa o processo pedagógico da luta de gênero que ocorre dentro da luta pela terra a partir do protagonismo das mulheres trabalhadoras do campo. Com base na literatura da temática da educação, gênero e movimentos sociais e, a partir de extensa pesquisa de campo desenvolvida no Sul do Brasil com mulheres e homens do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e com o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), este estudo evidencia os principais elementos que contribuíram para o empoderamento das mulheres camponesas e a mutação das relações de gênero na luta pela terra. Ao examinar o impacto da intencionalidade socioeducativa na transformação das relações de gênero, argumenta-se que o saber social produzido na luta político-organizativa, a partir de uma leitura de classe e da influência da teoria feminista, promove a organização das mulheres camponesas em torno das demandas estratégicas de gênero com vistas ao enfrentamento das desigualdades e da subalternização da mulher. Evidencia-se, no entanto, que apesar de sua importância, este processo pedagógico que emerge na dinâmica da luta social não é o suficiente para a transformação das relações de gênero. Há a necessidade de leis e políticas afirmativas que garantam à mulher condições efetivas de participação política, econômica e social.

Educação; gênero; mulheres; reforma agrária; movimentos sociais.


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