Este artigo tem como objetivo descrever e refletir, sistematicamente, sobre a experiência de implantação de processos de monitoramento do Programa Ação Saúde (PAS) como uma experiência de tradução, contextualizada na interface entre a atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e comunidades com características urbano-rurais. O PAS constituiu-se como uma proposta pedagógica baseada em competências e utilizou a metodologia da problematização. Os processos do PAS são tomados sob a ótica das operações de tradução, tais como: problematização, mobilização, enredamento e alinhamento. O monitoramento desses processos coloca em destaque os dilemas da mensuração, acompanhamento e reflexão compartilhada de seus efeitos tangíveis e intangíveis. A implementação do sistema de monitoramento intermediada por uma instituição pública acadêmica buscou contribuir para modelos de parcerias público-privadas em políticas de desenvolvimento social. Dentre as conexões promissoras estabelecidas no PAS, foi enfatizada a identificação da agenda pública no setor saúde como rota a ser fortalecida e potencializada, bem como ações de advocacy em torno da escolha de temáticas e prioridades locais. Concluiu-se que a configuração da rede de promoção de saúde foi influenciada por contextos geopolíticos diferenciados dos municípios, em especial para a sustentabilidade e implementação dos projetos locais e o estímulo a uma cultura local em Monitoramento e Avaliação - M&A.
monitoramento compartilhado; metodologia da problematização; redes sociotécnicas; saúde materno-infantil