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Alfabetização e cultura: por possibilidades outras de significação dos processos de aprendizagem da leitura e da escrita

RESUMO

Propomos neste ensaio pensar a alfabetização como cultura (Bhabha, 2007), em diálogo com os referenciais teóricos de que temos nos apropriado para pensar o currículo (Lopes; Macedo, 2011) e o funcionamento das políticas de alfabetização que lemos como textos curriculares. Neste sentido, apresentamos uma reflexão que focaliza as tensões sobre o processo de aprendizagem da leitura e da escrita nos arranjos das políticas educacionais recentes, que mobilizam a discussão acerca da alfabetização na infância. Para tanto, enveredamos na leitura de políticas para a alfabetização como produções discursivas, entendendo que elas produzem sentidos e significações no currículo. Nossas escolhas metodológicas envolvem a problematização da ideia de resposta única, adequada em nível nacional. O que significa pensar um currículo único da alfabetização? A tentativa de fixação de um único sentido para a alfabetização baliza a produção das políticas mais recentes, que trazem consigo um caráter compensatório e salvacionista, reduzindo possibilidades outras de significação dos processos de leitura e escrita para além do que vem sendo proposto atualmente. Nossa intenção, portanto, neste ensaio, é discutir a alfabetização como cultura/enunciação, para então problematizar aspectos que envolvem a tentativa de fixar sentidos para o que se entende por estar alfabetizado nas políticas recentes, pontuando que a fixação em torno de uma alfabetização nacional que se pretende única é impossível.

Palavras-chaves:
Alfabetização; Currículo; Discursivo; Cultura; Enunciação

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