Desde o período do pós-guerra, a discussão sobre fatores que exercem impacto sobre a produção e reprodução de desigualdades sociais e educacionais oscilou entre explicações otimistas sobre a expansão dos sistemas escolares e outras que concedem peso à origem socioeconômica dos alunos e/ou a fatores relacionados a processos escolares. O artigo discute a tradição de estudos quantitativos que tiveram origem no Relatório Coleman (1966) e seus desdobramentos nos estudos de efeito escola e, posteriormente, de efeito vizinhança. Concentra sua análise nos limites e possibilidades trazidos pela literatura de efeito vizinhança e da geografia de oportunidades para a compreensão de mecanismos mediadores entre a segregação residencial e resultados escolares. Discute estudos que partiram desse arcabouço teórico e metodológico, focalizando o contexto brasileiro. Pontua os próximos desafios para se avançar na compreensão da organização social do território e as desigualdades educacionais nesse contexto.
Desigualdades de oportunidades educacionais; Efeito vizinhança; Efeito escola; Segregação residencial