RESUMO
O desempenho académico dos alunos tornou-se uma preocupação central, no quadro da alteração dos modos de regulação dos sistemas educativos. Em que medida a ideologia da performatividade estará a ser interiorizada pelas crianças do ensino primário português? A análise de entrevistas a alunos do 3º ano de três escolas distintas sobre o que é um bom aluno aponta para três lógicas: i) a das aptidões naturais para a aprendizagem, ii) a do trabalho escolar tradicional e iii) a do trabalho escolar competitivo. As duas primeiras evidenciam a permanência do modelo de escola típico da primeira modernidade; a lógica escolar competitiva aponta para a reconfiguração precoce do ofício de aluno no quadro de um mandato educativo ancorado nos valores da performance e individualização.
Palavras-chave:
Ofício de aluno; Trabalho escolar; Aluno do ensino primário; Modelos de escola; Excelência académica