RESUMO:
Este artigo analisa as relações de poder-saber produtoras da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor do MEC. A partir da perspectiva foucaultiana de análise arqueológica do discurso, constatamos que a produção discursiva sobre a deficiência é realizada de modo híbrido, pois, ao mesmo tempo em que se fundamenta em um discurso inclusivo, que afirma o direito de ser diferente, ataca essa individualidade, fazendo aparecer um sujeito universal, reduzido nas conceitualizações médicas da deficiência. O Portal, ao prescrever práticas pedagógicas que cumpram as metas educacionais propostas pelo Estado brasileiro, pode produzir um efeito contrário, pois muito do que é proposto está atrelado a uma concepção de educação patologizante, o que contraria os pressupostos da inclusão.
Palavras-chave:
Educação inclusiva; Formação de professores; Portal do Professor do Ministério da Educação