Este artigo mostra como a divisão do trabalho nas escolas dos Estados Unidos, da França e de Quebec sofre o efeito do aumento dos efetivos de agentes técnicos, essencialmente caracterizados por uma formação pré-universitária e por um trabalho de auxílio aos profissionais docentes e não-docentes (psicólogos, psicoeducadores,<A NAME="top1"></A><A HREF="#back1">1</A> trabalhadores sociais, orientadores pedagógicos). Os autores focalizam as categorias de emprego<A NAME="top2"></A><A HREF="#back2">2</A> que oferecem serviços de acompanhamento aos alunos, mais ou menos vinculados à pedagogia ou à gestão do comportamento dos alunos, o que exclui as categorias de emprego que executam tarefas administrativas (secretariado) ou manuais (zeladores, pessoal da manutenção dos prédios, motoristas de ônibus). Uma visão geral dos efetivos desses agentes escolares nos Estados Unidos, na França e em Quebec precede uma descrição sintética de suas respectivas funções. Em seguida, para melhor compreender a presença e o crescimento recente dessas categorias de emprego nos meios escolares, os autores propõem diversas pistas interpretativas ligadas a transformações que dizem respeito, cada uma a seu modo, à escola: a divisão do trabalho nas escolas, a desprofissionalização, o surgimento de um modelo comercial na educação, a massificação, a busca de novos modos de gestão dos comportamentos a-escolares baseados na empatia e a perda de legitimidade institucional (vinculada ao fato de nossas sociedades passarem de um modelo antigo de modernidade para um novo modelo de modernidade). Os autores frisam em particular o risco de ver esse pessoal técnico, que tem uma formação diferente da dos profissionais docentes e não-docentes, introduzir nas escolas um pluralismo normativo que leva a uma certa forma de instabilidade institucional.
Divisão do trabalho nas escolas; Trabalho técnico; Gestão do comportamento dos alunos "difíceis"; Instabilidade institucional