Este artigo problematiza as estratégias pelas quais a atualização permanente de saberes se impôs como imprescindível ao perfil profissional contemporâneo. Para tanto, opero com os conceitos foucaultianos de discurso, cuidados de si e tecnologias do eu, bem como trabalho imaterial, de Lazzarato e Negri - articulados a uma crítica ao capital humano - , a fim de analisar o caderno Empregos & Oportunidades do jornal Zero Hora. Centrando-me nas exigências comportamentaise técnicas, destaco algumas implicações: o autoconhecimento torna-se a resposta à trivialidade do trabalho, orientando o sujeito a estabelecer relações superficiais consigo e com o outro; a busca por conhecimento técnico gera contingentes de trabalhadores capacitados que se mantêm em defasagem; a inovação faz-se "dobradiça" entre o mercado e a exigência de novos saberes. Hoje, a condição perecível das capacitações dá o tom à formação do trabalhador.
Capacitação; Novo capitalismo; Perfil profissional