RESUMO
Embora a taxa de cobertura do serviço regular de coleta da população urbana brasileira fosse de 98,7% em 2020, 17,2 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram dispostos inadequadamente e 6,3 milhões de toneladas abandonadas no meio ambiente. Assim, urge a proposição de trabalhos para a adequação da gestão do manejo de resíduos sólidos, com respeito às questões ambientais, sociais e de governança, diante da necessidade de investimentos cada vez maiores. Nesse sentido, o objetivo aqui foi apresentar a aplicação prática do método activity-based costing (ABC) para a sustentabilidade econômico-financeira da prestação de serviços públicos de resíduos sólidos. A natureza deste trabalho é de pesquisa aplicada, e os métodos de procedimento de pesquisa são levantamentos em fontes secundárias e estudo de caso único, com a realização de entrevistas semiestruturadas e observação direta. Verificou-se que o sistema ABC permitiu quantificar as atividades, utilizando direcionadores para alocar os custos indiretos de forma mais próxima à realidade e, assim, apurar a contribuição de cada serviço para o resultado com maior grau de acurácia. Apesar disso, o resultado econômico negativo, que evoluiu de -1,8 para -6,6 milhões de reais em três anos, evidencia que a sustentabilidade da prestação dos serviços de resíduos sólidos ainda é um objetivo a ser perseguido. Concluiu-se que a aplicação dessa metodologia foi decisiva para avaliar a sustentabilidade econômico-financeira da autarquia, possibilitando não só conhecer os reais resultados unitários de cada serviço, como também vislumbrar alternativas que pudessem levar o prestador a um melhor resultado total.
Palavras-chave: gestão de resíduos sólidos; activity-based costing ; sustentabilidade econômico-financeira; recuperação de custos