RESUMO
Este estudo propôs-se a verificar a viabilidade de recuperação de coagulante utilizado na estação de tratamento de água Palmitinho (RS) pelo emprego do processo de extração por via ácida de lodo, observando a possível aplicação do recuperado para o tratamento de água bruta, com duas características distintas: baixa e elevada turbidez. A regeneração de coagulante por via ácida apresentou-se como alternativa viável, propiciando concentração de 683,31 mg.L−1 de sulfato de alumínio ao recuperado. Nos ensaios em águas de baixa e elevada turbidez, o coagulante recuperado, quando testado em águas de elevadas turbidez e cor, mostrou-se com faixa de aplicabilidade superior ao coagulante comercial, com remoção ≥ 90% de turbidez em praticamente todas as faixas de pH testadas, bem como eficiência na remoção de cor aparente e verdadeira, porém houve limitação do emprego do coagulante recuperado ao transferir cor à água a ser tratada, quando de baixa turbidez, para a qual o coagulante comercial se apresentou mais eficiente. O emprego do coagulante recuperado não atendeu aos requisitos para a concentração de impureza permissível por produto, levando-se em consideração a concentração de impureza padronizada na água calculada para os elementos manganês e cádmio proposta pela norma brasileira 15784. Portanto, não se apresentou viável em tratamento de águas naturais. Além disso, mesmo tendo proporcionado redução de aproximadamente 45% no volume final de lodo, o resíduo insolúvel obtido apresentou características físico-químicas que podem dificultar sua disposição final.
Palavras-chave:
tratamento de água; lodo de decantadores; coagulação; via ácida