RESUMO
O benzeno representa um risco ambiental e para a saúde, porque possui alta solubilidade e mobilidade na água e também propriedades cancerígenas. É considerado um dos compostos mais recalcitrantes entre os hidrocarbonetos aromáticos em ambientes anaeróbios. Apesar das investigações já realizadas, o efeito de importantes intermediários utilizando culturas mistas como lodo anaeróbio ainda é bastante controverso. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a influência do etanol como cossubstrato e da adição de subprodutos da degradação anaeróbia do benzeno (isto é, fenol, benzoato e tolueno). Os experimentos foram realizados em frascos de vidro borossilicato (115 mL) com volume de reação de 70 mL (meio basal + microrganismos) inoculados com lodo anaeróbio aclimatado (2 g VSS·L-1). A remoção do benzeno foi acelerada quando o etanol foi utilizado como cossubstrato, com a taxa de consumo aumentando de 0,0445 (sem etanol) para 0,0563 mg·L-1·dia-1 (com etanol), sugerindo a participação de processos cometabólicos. O benzeno foi removido com posterior formação de fenol e benzoato, consumidos posteriormente, sem acúmulo de subprodutos no meio. Finalmente, a adição de intermediário influenciou negativamente a remoção de benzeno, com o benzoato apresentando a maior interferência (~55% de redução), por ser um intermediário-chave na remoção anaeróbia de benzeno.
Palavras-chave: digestão anaeróbia; benzeno; benzoato; fenol; intermediários