Resumo
Objetivo
Pensar a Psicologia, enquanto campo de saber e prática de cuidado, ainda que com sua rica polifonia, diversidade e multiplicidade, sabendo que encontra-se vinculada originalmente ao dualismo, ao individualismo, ao subjetivismo, ao cientificismo, ao eurocentrismo e ao profissionalismo. Por outro lado, trazer as contribuições inegáveis dos povos indígenas brasileiros, em sua imensa etnosociobiodiversidade de mais de 300 povos ainda sobreviventes, que apresentam saberes e práticas de cuidado e saúde a partir de seus diversos mas convergentes referenciais cosmopolíticos, integrais, integrativos, relacionais, comunitários, coletivos, ritualísticos, sacralizados, ancestrais, intuitivos, recíprocos e indisciplinares, pois tanto não reconhecem a fragmentação dos saberes em disciplinas, quanto não se colocam a serviço da “disciplinarização da vida”.
Método
Trata-se de uma revisão de escopo a partir da vasta produção realizada por pensadores indígenas brasileiros da atualidade, trazendo suas contribuições que, definitivamente, podem e devem ser reconhecidas pelo campo da psicologia como provenientes de grandes interlocutores nesse processo de fecundar e refundar o campo de uma psicologia que possa ser decolonial, anticolonial e por vir.
Resultados
Essas contribuições nos levaram a pensarmos em uma outra Psicologia a partir do referencial cosmopolítico dos povos originários do Brasil.
Conclusão
Vislumbrarmos uma virada do próprio campo psicológico, avançando desde uma Psicologia decolonial, contracolonial, até uma possível Psicologia por vir.
Palavras-chave
Diversidade cultural; Medicina tradicional indígena das américas; Psicologia