Resumo
Objetivo:
O objetivo foi investigar se autores de violência sexual contra crianças e adolescentes, com e sem psicopatia, se diferenciam em relação aos aspectos cognitivos.
Método:
Participaram do estudo 30 reeducandos cumprindo pena em regime fechado, divididos em dois grupos: um composto pelos psicopatas e outro pelos não psicopatas. Os instrumentos utilizados foram: protocolo de coleta de informações no processo criminal; teste de Rorschach, de acordo com o Sistema de Avaliação por Performance, considerando as variáveis cognitivas, e; a escala Psychopathy Checklist-Revised.
Resultados:
Os resultados indicaram que o grupo de psicopatas apresentou maiores prejuízos na organização do pensamento, bem como maior vulnerabilidade à desorganização geral da personalidade. O melhor modelo de regressão identificou que 55% da psicopatia pode ser explicada por uma maior propensão ao desajuste geral da personalidade (EII-3 β: 4.77; p-value < 0.001), associada à predisposição a ser preso ainda jovem (β: -0.26; p-value = 0.004).
Conclusão:
A eficiência do R-PAS é observada na identificação de falhas cognitivas em psicopatas autores de violência sexual e autores de violência sexual, e sua utilidade é potencializada, quando associada a outras medidas comportamentais na identificação desse tipo de perfil de personalidade.
Palavras-chave:
Transtorno de personalidade antissocial; Teste de realidade; Teste de Rorschach