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Ser e fazer na maternidade contemporânea

Being and doing in contemporary motherhood

O psicoterapeuta acolheu o pedido de Margarida, grávida de oito meses, de que se fizesse uso de flores em seu primeiro encontro terapêutico, como sua maneira singular de agir no mundo. Cedo percebemos que seu estilo de fazer estava profundamente marcado pelas inúmeras cirurgias e tratamentos corretivos de uma profunda fenda palatina, com a qual nascera e da qual emerge uma "guerreira", pronta para travar qualquer batalha que se lhe apresentasse como solução para seus problemas físicos. Paradoxalmente, ou não, Margarida "esqueceu-se" das flores, ousando fazer uma pausa em seu caminhar pelo território do fazer,para se deixar acompanhar pela psicoterapeuta, através do ser, que lhe apontava um "defeito" intrínseco a sua natureza. O parto a apavorava e a integração entre o feminino e o masculino, o ser e o fazer, o corpo e a psique era premente. Por meio de Margarida testemunhamos a desafinação entre o ser e o fazer da mãe contemporânea.

maternidade contemporânea; gestação; clínica winnicottiana


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