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A propósito do universal deprimente: estudo de um caso de resistência ameríndia à captura biomédica

Resumo

Objetivo

Em meio a investidas assimilacionistas, os Xavante determinaram a migração de crianças para Ribeirão Preto/SP, no intuito de estudarem os brancos. Um dos protagonistas recentes desse intercâmbio experienciou intenso sofrimento psíquico, diagnosticado e tratado pela medicina branca. Apresentou melhoras expressivas, contudo, somente quando retornou em definitivo à aldeia de origem. Objetivou-se, nesse contexto, ultrapassar a narrativa biomédica canônica, evidenciando como a consideração de múltiplas formas de “tradução” permite vislumbrar um fenômeno indígena em sua complexidade.

Método

Para esse efeito, foram analisadas dez entrevistas não estruturadas realizadas com o jovem e alguns de seus principais interlocutores no meio urbano (família de acolhimento, colegas de escola, espaço religioso).

Resultados

Emergiram narrativas plurais que incidem sobre o vivenciado, suprimidas pela discursividade universalizante biomédica.

Conclusão

O jovem experienciou um processo de negociação entre universos de significação, cuja síntese culminou no fortalecimento da autoafirmação Xavante e na apropriação de uma voz própria, de permeio às demais.

Palavras-chave
Etnopsicologia; Povos indígenas; Saúde de populações indígenas; Saúde mental

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