Resumo
Pesquisas sobre parentalidade em desenvolvimento atípico costumam investigar apenas a mãe, mesmo seus resultados apontando para a influência do estilo parental e do relacionamento com o pai na percepção de bem-estar da criança. Esta pesquisa objetivou compreender as relações entre o comportamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista, os estilos parentais e o relacionamento coparental de 45 famílias biparentais com crianças com idade média de 59 meses em função dos perfis definidos a partir das diferenças comportamentais infantis. Os dados foram analisados por clusterização hierárquica. Dentre os quatro perfis encontrados, os que se caracterizavam por dificuldades comportamentais apresentaram estilos parentais mais autoritários/permissivos e impactos negativos na coparentalidade; aqueles com maior prossociabilidade evidenciaram um estilo parental mais autoritativo e uma melhor qualidade na coparentalidade. A avaliação comportamental da criança deve pautar a formulação de intervenções/políticas públicas de promoção de parentalidade positiva nessa população.
Palavras-chave
Transtorno do espectro autista; Comportamento infantil; Relações familiares; Poder familiar