Resumo
A punição física – castigos corporais – de crianças/adolescentes é altamente prevalente. O objetivo deste estudo foi verificar se em uma amostra de pais/cuidadores existiriam subgrupos que se diferenciariam quanto ao comportamento de punir/castigar fisicamente os filhos. As modalidades analisadas foram de frequência com que a punição ocorria, de partes do corpo da criança que se punia e de presença de sentimento de irritação/raiva durante o castigo físico, denotando níveis de gravidade associados a diferenças em variáveis psicossociais apontadas como fatores de risco para os abusos físicos. Adotou-se uma abordagem quantitativa, com delineamento transversal e método de clusterização. Participaram 87 pais/cuidadores adeptos a práticas de punição física. As análises indicaram a existência de três agrupamentos que se diferenciaram no tocante à gravidade da punição corporal e em algumas das variáveis psicossociais, denotando a importância de os serviços/programas voltados ao enfrentamento da violência contra as crianças/adolescentes considerarem estratégias de intervenção psicossocial distintas e específicas a cada grupo.
Palavras-chave
Maus-tratos infantis; Relações familiares; Punição; Serviços sociais