Relações Familiares
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Desamparo |
“... eu fiquei gravida ne, com 12 anos, do abuso, aí minha mãe e minha tia me colocaram num quarto ... abriram as minhas perna e colocaram o caninho lá dentro, eu já tava de barriga ne, ... e quando vê o nenê tava saindo, nas mãos delas ... tinha cabelinho, mãozinha, pezinho ... tava vivo ainda e eu pedi pra elas não fazerem nada ... colocaram numa caixinha de papelão, enrolaram num pano e enterraram embaixo de um pé de caqui ...” (p.IV). |
Abuso físico, emocional e sexual |
“... minha mãe sofria violência doméstica, ... eu e minha irmã sofríamos violência sexual, então minha mãe sempre queria fugir de casa. Ela sempre queria me levar e eu não queria deixar meus irmãos, então eu acabava voltando e sofrendo a violência de novo” (p.III). |
Ambivalência (afeto e hostilidade) |
“... eu lembro de ter uns sete anos e ter feito alguma coisa errada com as minhas figurinhas ... e ele me chamou de cadela ..., mas ele sempre foi muito afetuoso, então é uma coisa bem confusa ...” (p.II).
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Falta de proximidade afetiva |
“... quando eu fiquei menstruada ... fui na minha vizinha, pra ... me ensinar como é que botava o absorvente e tal. ... eu não lembro assim, em nenhum momento a minha mãe participava, assim, nem o meu pai ...” (p.V).
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Autopercepção sobre Emoções
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Intensidade |
“Eu sou muito intensa ... Eu percebo que às vezes ... é uma onda de emoção muito forte, que demora pra passar e tal” (p.II). |
Descontrole emocional |
“... tem uma fase que eu queria ferir todo mundo ... aí, eu fico muito mal assim quando eu estou com raiva ...” (p.III). “... eu coloquei fogo na minha casa, com meu ex marido dentro ... eu coloquei veneno de rato na comida dele e esperei ele comer” (p.IV). |
Dificuldade de manejo das emoções |
“... é que eu falo coisas, assim, que não precisaria, mas é pra me defender, é pra atingir. Porque é uma forma de “eu tô sofrendo e tu vai sofrer também” sabe?” (p.V). “... se eu brigar contigo eu vou te falar horrores, vou ferrar contigo, durante cinco minutos, e aí depois a gente pode ir tomar um sorvete juntas, entendeu?” (p.II). |
Sexualidade
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Satisfação sexual |
“... sempre teve essa cobrança assim, porque eu nunca gostei de sexo ... hoje eu gosto (se referindo ao relacionamento extraconjugal) ... eu descobri a minha sexualidade ne, eu descobri um prazer que eu não sentia antes” (p.III). |
Desejo sexual precoce |
“... não tinha mais como eu fugir ... então eu acabava participando, acho que despertou a minha sexualidade ...” (p.III). |
Comportamento hipersexualizado |
“... eu sou uma pessoa que transa bastante ... eu sou uma pessoa bem sexual ... todo mundo me tem como uma guru do sexo, entendeu (p.II). |
Aversão sexual |
“Uns quatro anos que eu não tenho relação, eu não consigo ne ... nunca senti prazer ... nunca senti vontade ... sempre foi uma violência” (p.IV). |
Comportamento sexual de risco |
“Me coloquei em risco várias vezes ... Acho também que eu tinha uma tendência de achar que a pessoa é uma pessoa muito bacana daí não precisa usar camisinha ...” (p. II). |
Relações Amorosas
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Impulsividade no manejo das relações amorosas |
“... os meus relacionamentos começam bem rápido, ou rola conexão ou não rola ... todos os meus relacionamentos eu estava saindo um mês com a pessoa e comecei a namorar” (p.II). |
Relações conflitivas |
“É uma relação de conflitos ... a gente ta vinte anos juntos, mas sempre teve conflitos. ... (p.III). |
Percepção positiva dos relacionamentos |
“Meu relacionamento hoje é um relacionamento pleno assim ... eu e ele somos bem companheiros ... pensamos em construir algo juntos sabe” (p.VIII). |
Medo de revivenciar abuso na idade adulta |
“... se tu é vulnerável, tu é abusado, ou tu é abusado psicologicamente, ou tu é abusado emocionalmente, ou se aproveitam de ti por causa de dinheiro, sabe .... Eu tô sempre me defendendo porque eu sei que alguém vai abusar de mim de alguma forma ...” (p.V). |
Percepção sobre a Psicoterapia
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Benefícios da psicoterapia |
“porque no passado eu me afastava, depois com o tratamento, a terapia, enfim. Hoje já é bem diferente” (p.I). “Já fiz duas terapias ... melhorei bastante em muitos quesitos, porque eu era violenta ... mas a psicóloga me fez entender que isso era uma reprodução da infância, então eu aboli bater nas minhas filhas ... acho que se eu não tivesse feito terapia eu não teria chegado até aqui” (p.III). |