Temos visto, hoje em dia, muitas pesquisas focalizando os avanços da informática interferindo nas relações pessoais. Se, por um lado, usufruímos os benefícios das infinitas possibilidades de acesso e contato com outros mundos, por outro, nos deparamos com nossos novos comportamentos frente a estes outros mundos. Para ilustrar estas idéias, apresentamos um caso clínico no qual a paciente, uma jovem senhora de vinte e sete anos, casada há oito anos, tem vivido há um ano uma "relação virtual", pela internet. Este processo tem absorvido-a completamente. Ela sente-se muito distante de seu marido desde que isolou-se em seu mundo paralelo, no qual apresenta uma nova identidade em todos os níveis. Esta nova identidade é inteiramente oposta à de sua vida real. No entanto, a impossibilidade de sentir-se realizada, seja em sua vida cotidiana, seja em seu universo paralelo, desencadeou-lhe um grave processo depressivo. Este exemplo clínico levou-nos a discutir os seguintes aspectos: (1) as experiências virtuais pela internet e os universos paralelos mencionados por Hugh Everett, um físico norte - americano; (2) a questão da ética feminina; (3) as manifestações mobilizadas no grupo pela paciente.
relacionamento pela internet; processo grupal; amor virtual; relações de casamento