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Mosaico em Senna occidentalis no Sul do Brasil causado por uma estirpe do Soybean mosaic virus

Plantas de Senna occidentalis (sin. Cassia occidentalis) com sintomas de mosaico foram coletadas próximas a plantas de soja (Glycine max), com sintomas de mosaico e formação de bolhas no limbo foliar. Amostras dessas plantas foram analisadas por microscopia eletrônica constatando-se a ocorrência de inclusões citoplasmáticas tipo catavento e partículas flexuosas e alongadas, indicando a presença de potyvirus. Estudos adicionais com hospedeiras diferenciais, sorologia e sequência de aminoácidos demonstraram que o vírus era similar ao vírus do mosaico comum da soja (Soybean mosaic virus, SMV). Este isolado, designado SMV-Soc, foi capaz de infetar plantas de girassol (Helianthus annuus), normalmente não infetada pelo SMV. Um fragmento de aproximadamente 1.9 kb, correspondendo à porção 3' do RNA viral (parte da região codificadora da proteína Nib, toda a CP e a 3'NTR) foi amplificado via PCR, clonado e sequenciado. A sequência do gene da capa protéica do SMV-Soc apresentou 98% de identidade com isolados brasileiros do SMV (SMV-B, SMV-L e SMV-FT10). A identidade de nucleotídeos da região 3'-NTR foi de 91, 98 e 99% em relação aos isolados SMVL, SMV-B E SMV-FT10, respectivamente. De acordo com esses resultados o isolado obtido de S. occidentalis foi considerado uma estirpe do SMV, grupo G5 e denominado SMV-Soc. Este é o primeiro relato da ocorrência natural do SMV em plantas dessa espécie e indica seu potencial como hospedeira natural deste vírus, no Brasil.


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