Acessibilidade / Reportar erro

PAU-FERRO (CAESALPINIA FERREA EX TUL. VAR. LEIOSTACHYA BENTH) UMA ESPÉCIE PARA PAISAGISMO EM GERAL

PAU-FERRO (CAESALPINIA FERREA, EX TUL. VAR. LEIOSTACHYA BENTH): A GENERAL LANDSCAPE SPECIES

RESUMO

Este trabalho apresenta características da árvore, madeira, zona de ocorrência, utilização e reconhecimento dendrológico da família do Pau-Ferro (Caesalpinia ferrea ex Tul var. leiostachya Benth).

Palavras-chaves:
pau-ferro; paisagismo.

ABSTRACT

This article presents some tree, wood, occurrence, uses and dendrological characteristics of Pau-Ferro (Caesalpinia ferrea ex Tul var. leiostachya Benth).

Key words:
pau-ferro; landscape species

SINONÍMIA BOTÂNICA: Caesalpinia leiostachya Ducke

FAMÍLIA: Leguminosae Caesalpinioideae.

NOMES VULGARES: giúna ( ES), ibirá-obi, imirá-itá, imirá-obi, jucá, muirá-itá, muirá-obi, muirapixuna, mururé, pau-ferro-da-mata (PE), pau-ferro-do-norte (RS), pau-ferro-verdadeiro (BA), quebra-foice (RJ) e quirirípiranga, bois de fer dos franceses e iron wood dos ingleses.

RECONHECIMENTO DENDROLÓGICO DA SUBFAMÍLIA: folhas bipinadas (recompostas), paripinadas ou simples, alternas, com estimulas, flores quase actinoformas, chamativas, fruto legume (Ramalho, 1973RAMALHO, R.S. Notas de aulas: Dendrologia I. ESF, UFV, 1973. s.p.).

ÁRVORE: de 20 a 30 metros de altura e 50 a 80 centímetros de DAP (Lorenzi, 1992LORENZI, H. Arvores Brasileiras. Nova Odessa, Plantarum, 1992. p.147.), comumente de 10 a 20 metros de altura e 40 a 60 centímetros de DAP (Carvalho, 1994CARVALHO, P. E. R. Espécies Florestais Brasileiras: Recomendações Silviculturaís, Potencialidades e Uso da Madeira. Colombo, PR, EMBRAPA-CNPF, 1994. pp. 118-122.), atingindo até 35 metros de altura e 150 centímetros de DAP em Pernambuco, Lima, D.A. citado por Carvalho (1994)CARVALHO, P. E. R. Espécies Florestais Brasileiras: Recomendações Silviculturaís, Potencialidades e Uso da Madeira. Colombo, PR, EMBRAPA-CNPF, 1994. pp. 118-122., com tronco de casca lisa, cinzenta, com manchas brancas irregulares, característica com que se reconhece a árvore.

ZONA DE OCORRÊNCIA: Piauí até São Paulo, na floresta pluvial da encosta atlântica (Lorenzi, 1992LORENZI, H. Arvores Brasileiras. Nova Odessa, Plantarum, 1992. p.147.).

MADEIRA: duríssima e muito pesada, com cerne arroxeado, quase preto nas partes fibrosas, com estrias mais claras, castanho ou castanho-avinhadas; com superfície irregularmente lustrosa, lisa ao tato, com aspecto fibroso, muito denso, com fibras reversas, difícil de ser desdobrada, devendo ser taqueada, de longa durabilidade natural, conservando-se perfeita por longos anos, mesmo na água (Santos, 1987SANTOS, E. Nossas Madeiras. Vol. 7. Belo Horizonte, Itatiaia, 1987. p. 218,).

UTILIZAÇÃO: é madeira empregada na construção civil e naval, caibros, eixo de carros, esquadria, taco, portas, mobiliário fino, obras externas em vigas, esteio de pontes, caibros, estacas, moirões, postes, dormentes, etc... A árvore é muito utilizada em paisagismo e arborização de ruas e praças. Outros usos: é medicinal, apícola e forrageira, os frutos fazem-se notar pela dureza e odor peculiar e agradável (Rizzini e Mors, 1995RIZZINI, C.T. & MORS, W.B. Botânica Econômica Brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro, Âmbito Cultural, 1995, p.197,),

PRAGAS: Segundo Macedo, citado por Carvalho (1994)CARVALHO, P. E. R. Espécies Florestais Brasileiras: Recomendações Silviculturaís, Potencialidades e Uso da Madeira. Colombo, PR, EMBRAPA-CNPF, 1994. pp. 118-122., um besouro da família Scolytidae, causa danos leves.

FRUTIFICAÇÃO: Floresce na UFRRJ de janeiro a março e frutifica de março a junho, sendo caducifolia nos meses de setembro e princípios de outubro em 1997.

GENERALIDADES: Segundo Sangirardi Jr. ( s.d.)SANGIRARDI JUNIOR. Sexobotânica: Tratado Geral Das Plantas Exóticas. São Paulo, Circulo Do Livro, s.d., p.148., ensina o mestre Barbosa Rodrigues “o nome de pau-de-yuká vem do emprego que os tupis davam ao lenho, isto é, dele fabricavam duras clavas com que matavam (yuká) os prisioneiros; outros davam o nome de muyrá-itá ou pau-ferro”.

De acordo com Nunes Pereira, no mesmo autor, os Maués velhos utilizavam o muyrá-itá, não obstante ridicularizavam os civilizados, que entre eles, procuram obter plantas afrodisíacas, que eles asseguravam que ela lhes davam yêp ou potência. Com essa madeira os Maués fazem o porantim, remo mágico e arma de guerra, em que estão gravados símbolos místicos, sociais e mágicos. É o Aiuecaícá-Porantim, "o remo que é nossa patente, que nos da força", dizem os Maués.

LITERATURA CITADA

  • CARVALHO, P. E. R. Espécies Florestais Brasileiras: Recomendações Silviculturaís, Potencialidades e Uso da Madeira. Colombo, PR, EMBRAPA-CNPF, 1994. pp. 118-122.
  • CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas. Vol. V. Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, 1969-1978. p. 402.
  • LORENZI, H. Arvores Brasileiras. Nova Odessa, Plantarum, 1992. p.147.
  • RAMALHO, R.S. Notas de aulas: Dendrologia I. ESF, UFV, 1973. s.p.
  • RIZZINI, C.T. & MORS, W.B. Botânica Econômica Brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro, Âmbito Cultural, 1995, p.197,
  • SANTOS, E. Nossas Madeiras. Vol. 7. Belo Horizonte, Itatiaia, 1987. p. 218,
  • SANGIRARDI JUNIOR. Sexobotânica: Tratado Geral Das Plantas Exóticas. São Paulo, Circulo Do Livro, s.d., p.148.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jan 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 1998
Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Rodovia BR 465 Km 7, CEP 23897-000, Tel.: (21) 2682 0558 | (21) 3787-4033 - Seropédica - RJ - Brazil
E-mail: floram@ufrrj.br