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CORREDOR ECOLÓGICO DE REGENERAÇÃO NATURAL NA FLORESTA NACIONAL “MÁRIO XAVIER”, EM SEROPÉDICA, RJ

ECOLOGICAL GALLERY OF NATURAL REGENERATION IN “MARIO XAVIER” NATIONAL FOREST, SEROPEDICA - RJ

RESUMO

Este estudo foi realizado na Floresta Nacional "Mário Xavier", em Seropédica, no Estado do Rio de Janeiro, no período de novembro de 1998 a fevereiro de 1999. A regeneração natural possibilitou a formação de corredores ecológicos, nessa região primordialmente recoberta pela Mata Atlântica. No maior deles, foi realizado um levantamento florestal, com instalação de quarenta parcelas de 10 x 10 metros. Os resultados mostram que a espécie Anadenanthera colubrina (VELL.) Brenan se destacou em relação às demais nas variáveis avaliadas, e que a espécie Erythroxylum pulchrum A. St.-Hill apresentou maior freqüência de ocorrência. O corredor ecológico apresentou uma composição florística homogênea, com um quociente de mistura de apenas 3,88%.

Palavras-chaves:
Regeneração natural; Floresta nacional; Corredor ecológico; Mata Atlântica.

ABSTRACT

The study was made in the Mario Xavier National Fórest, of Seropedica, in the state of Rio de Janeiro, Brazil. In this part of original ‘Mata Atlántica’, the natural regeneration process has occurred an ecological gallery, where was made a forest inventory, and were established 40 plots of 10 m x 10 m. The results of the census showed that Anadenanthera colubrina (VELL.) Brenan was the species with better results in the analyzed variables. The Erythroxylum pulchrum A. St-Hill was the species with higher frequency of occurrence. The ecological gallery has presented a diversity quotient of only 3,88%.

Keywords:
Ecological gallery; National forest; Natural regeneration; Mata Atlantica.

INTRODUÇÃO

A Floresta Nacional "Mário Xavier" abrange um dos fragmentos florestais mais significativos do município de Seropédica, no Estado do Rio de Janeiro, distribuído em uma área de aproximadamente 60 hectares, e pode ser considerado como um dos últimos fragmentos florestais da planície aluvionar do rio Guandu. Segundo a classificação da vegetação brasileira proposta pelo Sistema Fisionômico- Ecológico, em IBGE(1992IBGE. 1992. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Série : Manuais Técnicos em Geociências, v.1, IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro, 92p. 1992.), a floresta de Mata Atlântica que recobria o município de Seropédica, nos primórdios de sua colonização, era do tipo Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, caracterizada pela presença de fanerófitos, justamente pelas subformas de vida macro, e mesofanerófitos, além de lianas lenhosas e epífitas em abundância, o que a diferenciava das outras classes de formações.

A Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas ocupa, em geral, as planícies costeiras capeadas por tabuleiros pliopleistocênicos do Grupo Barreiras, e também, os terrenos quaternários, situados em geral pouco acima do nível do mar, planícies essas formadas pelo assoreamento, devido à erosão existente nas serras costeiras, e as enseadas marítimas. Dominam nos ambientes dessa floresta os latossolos e os podzólicos, ambos de baixa fertilidade natural. Entretanto, a história da ocupação humana em Seropédica, onde vários ciclos agrícolas se alternaram, aliados à prática da pecuária extensiva, quase que nada deixou de remanescente quanto à primitiva cobertura florestal. Com exceção das áreas de encosta serrana, praticamente não existem áreas contínuas com floresta nativa, dentro dos limites do município. Atualmente, fragmentos de florestas secundárias ocorrem de maneira esparsa no município. Um dos maiores e mais significativos encontra-se na Floresta Nacional Mário Xavier, graças à proteção dirigida para a área a partir de 1945.

Como se sabe, as florestas secundárias são resultantes de processos naturais de sucessão vegetal, que ocorrem após a supressão, total ou parcial, da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais. Nessa estrutura florestal, pode-se constatar a presença de indivíduos remanescentes da vegetação primária, que surgiram com o abandono da terra, após uso pela agricultura, pela pecuária e finalmente pelo reflorestamento de áreas campestres naturais (IBGE, 1992IBGE. 1992. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Série : Manuais Técnicos em Geociências, v.1, IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro, 92p. 1992.). O conhecimento das florestas secundárias, principalmente quanto à sua estrutura, composição florística e dinâmica da vegetação, é de grande importância para trabalhos de recomposição de áreas degradadas, pois o processo de sucessão natural muito tem para nos ensinar a respeito da regeneração natural nas florestas nativas.

E também, no caso específico do município de Seropédica, os fragmentos de floresta secundária são de grande valor, pois podem ser considerados como dos últimos bancos de germoplasma, representativos da vegetação nativa do município, passível de utilização imediata em eventuais projetos de reflorestamento. Por isso, procurou-se dar ênfase especial a uma área com cobertura florestal secundária, mais especificamente quanto ao processo de regeneração natural que atuou nessa área ao longo dos anos, proporcionando a formação de corredores ecológicos. Corredor Ecológico ou Corredor entre Remanescentes deve ser entendido como uma faixa de vegetação que se forma, por regeneração natural ou reflorestamento, entre remanescentes de vegetação primária ou de vegetação em estágio médio a avançado de regeneração, capaz de propiciar habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos fragmentos (CONAMA, 1993CONAMA. Resolução nº 010, de 01 de outubro de 1993. MMA, Brasília, 1993.).

METODOLOGIA

Material Utilizado:

Fotogramas aéreos, Fotos aéreas digitais, Geographic Position System (GPS-modelo GARMIN 21), bússola magnética, 80 metros de corda de nylon, trena de 30 metros, fita métrica, prancheta, facão, podão, prensa, sacos plásticos, etiquetas adesivas e caderno de anotações. Para processamento, utilizou-se um microcomputador Pentium 166; Programa PCI - Versão 6.2, Programa AutoCAD - Versão 14; Programa SPSS for Windows - Versão 6.1.3.

Métodos:

Após um longo trabalho de levantamento, nas empresas de aerofotogrametria que atuam no Estado do Rio de Janeiro, conseguiu-se obter fotografias aéreas que abrangem a área da Floresta Nacional Mário Xavier em diferentes momentos de sua história. Foram obtidas fotos aéreas referentes aos anos de 1964, 1968, 1976, 1989 e 1992. Essas fotos aéreas foram digitalizadas e georreferenciadas, utilizando o programa PCI (PCI, 1997PCI. Using PCI Software. Published by PCI Incorporation. Canada, 574p., 1997.). A interpretação das fotos aéreas digitais, feita com o auxílio do AutoCAD (MACROMEDIA, 1997MACROMEDIA. AutoCAD Release 14. Published by Enlighten, Ann Arbor, MI. USA, 548p., 1997.), revelou claramente que vários fragmentos da floresta nativa uniram-se ao longo do tempo. A regeneração natural possibilitou a formação de corredores, em áreas antes ocupadas por pastagens. Um desses corredores, mais precisamente o maior deles, foi detectado e isolado nas fotos aéreas digitais, tendo sido mensurados sua área e perímetro, além de determinadas as coordenadas geográficas de todas as suas extremidades. Também foram observados alguns fatores físicos que auxiliaram sua localização atual, de modo preciso, no campo (figura 1).

Na floresta, utilizando GPS, delimitou-se o perímetro do corredor ecológico, através de uma picada, tomando-se sempre o cuidado de agredir o menos possível o meio ambiente. A seguir, foram instaladas, em aproximadamente 30 dias alternados de trabalho de campo, 40 parcelas de 10 metros x 10 metros, que recobriram parcialmente o corredor ecológico. As parcelas foram instaladas de modo sequencial, formando um transecto contínuo no sentido Norte-Sul, com 20 metros de largura e 200 metros de comprimento. Em cada parcela, todas as árvores tiveram mensuradas e anotadas a Altura e o CAP, utilizando-se respectivamente hipsômetro de Blume Leiss e fita métrica.

Também foi colhido material botânico de todas as árvores, mesmo as que não estavam férteis, para posterior identificação. O material botânico referente a cada árvore medida era colocado em um saco plástico, o qual recebia uma etiqueta adesiva com um código, que possibilitasse associá-lo às suas respectivas medidas, por exemplo: sp1, sp2, sp3, sp4 etc.. Além disso, tomou-se a preocupação de anotar o maior número possível de informações sobre cada material coletado (nome vulgar, aromas, cores, suculência, se visitadas por insetos, ambiente ecológico, forma biológica, etc.), o que facilitou a identificação de gêneros e determinação das espécies. Ao final de cada dia de trabalho de campo, com o material coletado foi herborizado. As plantas foram prensadas, levadas à estufa e submetidas a uma temperatura em tomo de 120° C. Depois de todo o material seco, foi selecionado o melhor material para montagem das exsicatas. O trabalho de identificação das exsicatas foi feito com o auxílio da Dra. Ariane Luna Peixoto, do Instituto de Biologia, da UFRRJ, e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Os dados obtidos foram digitados em planilha e tratados estatisticamente, utilizando-se o programa Statistical Package for Social Sciense (SPSS, 1996SPSS. SPSS 6.1 for Windows. Published by Prentice-Hall, Inc. SPSS Inc. New Jersey, USA, 1996.).

A Composição Florística do corredor ecológico foi avaliada pelo Quociente de Mistura de Jentsen (Odum, 1988ODUM, E.P. Ecology. Ed. Guanabara, Rio de Janeiro, 1988.), e obtido pela razão do número de espécies pelo número total de indivíduos.

Figura 1
Corredor Ecológico, Área descampada em 1964 (à esquerda); Área regenerada em 1992 (à direita).

O Indice de Valor de Importância foi obtido para cada espécie em função do somatório dos valores de densidade relativa, dominância relativa, e frequência relativa (Krebs, 1989KREBS, CHARLES J. Ecological Methodology. Harper Collins Publishers. New York, USA, 1989,):

IVI = DR + DoR + FR

Onde:

  • A Densidade Relativa (DR) é a razão do número de individuos da especie i pelo número total de individuos,

  • A Dominância Relativa (DoR) é a razão da área basal da espécie i pela área basal total (somatório de todas as espécies), e

  • A Freqüência Relativa é a razão entre o número de parcelas onde ocorreu a espécie i (Npi) e o somatório de todos os valores Npi.

O Índice de Diversidade, de Shanon, foi obtido através do somatório da multiplicação de Pi por log Pi

I D = Σ ( P i log P i )

Onde :

Pi corresponde à razão do Indice de Valor de Importância, de determinada espécie, pelo somatório de todos os valores de importância de todas as espécies.

Este índice é relativamente independente do tamanho da amostra, e apresenta uma distribuição normal (Bowman et. al., 1970),

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram observadas 23 (vinte e três) espécies na composição florística da regeneração natural do corredor ecológico levantado (vide Tabela 1).

Tabela 1
Espécies levantadas na Regeneração Natural, no Corredor Ecológico da Floresta Nacional "Mário Xavier", em Seropédica - RJ.

Os dados de freqüência, média das circunferências à altura do peito (CAP), coeficiente de variação e intervalo de confiança, a 95%, para as médias calculadas, e área basal média por especie, são apresentados na tabela 2.

Os dados de freqüência, média das circunferências à altura do peito (CAP), coeficiente de variação e intervalo de confiança, a 95%, para as médias calculadas, e área basal média por espécie, são apresentados na tabela 2,

Tabela 2
Médias da Circunferência à altura do Peito (CAP) e Área Basal (AB) das Espécies levantadas no Corredor Ecológico de Regeneração Natural, da Floresta Nacional “Mário Xavier”, em Seropédica- RJ.

As espécies com maior CAP médio foram a Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, Cabralea cangerana Sold e Piptadenia gonoacontha (Mart.) Macbride. A espécie Sapindus Saponaria L., dentre as de maior freqüência de ocorrência, é a que apresentou melhor valor para CAP médio e menor coeficiente de variação. A espécie que apresentou maior área basal foi a Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan.

Os dados de freqüência, altura média com coeficiente de variação e intervalo de confiança de 95% são apresentadas na tabela 3.

Tabela 3
Altura média das espécies levantadas no Corredor Ecológico de Regeneração Natural, na Floresta Nacional "Mário Xavier", em Seropédica - RJ.

Na tabela 4, pode-se verificar a média dos volumes estimados para cada espécie encontrada, considerando um fator de forma de 0,6. O coeficiente de variação, assim como o intervalo de confiança a 95% para cada media dos volumes de cada espécie, também são apresentados.

A espécie que apresentou maior média de volume foi a Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, com um dos menores valores de coeficiente de variação, o que demonstra a ocorrência homogênea da espécie. Pode-se então afirmar, até o presente estágio, ao se analisar todas as variáveis, que esta espécie foi a que mostrou o melhor desenvolvimento.

Tabela 4
Média dos volumes individuais das espécies levantadas no Corredor Ecológico de Regeneração Natural, na Floresta Nacional “Mário Xavier”, em Seropédica - RJ.

Na tabela 5, são apresentados os valores de Densidade Relativa, Dominância Relativa e Freqüência Relativa, utilizados no cálculo do Índice de Valor de Importância.

Tabela 5
Índice de Valor de Importância das espécies levantadas no Corredor Ecológico de Regeneração Natural, na Floresta Nacional "Mário Xavier", em Seropédica - RJ.

As espécies foram divididas em quatro classes de Índice de Valor de Importância, conforme se segue:

CLASSE I IVI < 1,0 CLASSE II 1,0 ≤IVI< 5,00 CLASSE III 5,00 ≤IVI< 15,00 CLASSE IV IVI ≥ 15,00

Considerando-se estes valores, as espécies com melhores desempenhos, isto é, com maiores valores de importância, foram Erythroxylum pulchrum A. St-Hill, Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, Sparattosperma leucanthum (Vell)Schum. e Sapindus saponaria L. Essas espécies apresentaram também alta freqüência de ocorrência. Podemos então indicar essas espécies como as principais para programas de enriquecimento florestal na região, assim como algumas espécies da classe III que tenha bom desenvolvimento, e com uma freqüência de ocorrência não muito baixa, como a espécie Genipa americana L.

No cálculo do Índice de Diversidade, constatamos que, utilizando-se a fórmula de Shanon, que expressa o grau de incerteza em prever qual seria a espécie a qual um dado indivíduo pertenceria, se retirado aleatoriamente de uma comunidade (LAMPREGHT, 1962), encontramos um valor de 1,21, o que vem de encontro ao valor do Quociente de Mistura de 3,8%, encontrado no Corredor Ecológico.

CONCLUSÕES

  • De uma forma geral, as espécies com menores coeficientes de variação de CAP, Altura e Volume, são as que apresentam maiores Valores de Importância;

  • O Índice de Diversidade de Shanon e o Quociente de Mistura de Jentsen, apresentam valores baixos, indicando uma homogeneidade de ocorrência das espécies na regeneração natural;

  • Ocorreu um aumento na regeneração natural na Floresta Nacional “Mário Xavier”, de aproximadamente 15 ha, entre 1964 e 1992;

  • A regeneração natural proporcionou a unificação de microfragmentos florestais;

  • Os fatores que mais limitam a regeneração natural são os incêndios anuais e o pastoreio sem controle;

  • O corredor ecológico apresenta a espécie Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan como a de melhor desempenho na regeneração natural da Flona.

LITERATURA CITADA

  • CONAMA. Resolução nº 010, de 01 de outubro de 1993. MMA, Brasília, 1993.
  • BOWMAN, K.O., HITCHESON, O., ODUM, E.P., SHENTON, L. Comments on the distribution of indices of diversity . In: International Symposium on Statistical Ecology, v.3. University Park, The Pennsylvania State University Press. USA, 1990.
  • FERRETI, A. R., KAGEYAMA, P.Y., ARBOCS, G. F., SANTOS, J. D., BARROS, M. I. A., LORZA, R. F., OLIVEIRA, C. Classificação das espécies arbóreas em grupos ecológicos para revegetação com nativas no Estado de São Paulo. Florestar Estatístico, São Paulo, v.3, n. 7, p.73-77, 1995.
  • IBGE. 1992. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Série : Manuais Técnicos em Geociências, v.1, IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro, 92p. 1992.
  • KREBS, CHARLES J. Ecological Methodology. Harper Collins Publishers. New York, USA, 1989,
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  • MACHADO, P. F. S. & LONGHI, S. J. Aspectos florísticos e fitossociológicos da floresta do "Morro Osório, RS, Brasil. Ciência e Natura, Santa Maria, 3:103-115, 1991.
  • MACROMEDIA. AutoCAD Release 14. Published by Enlighten, Ann Arbor, MI. USA, 548p., 1997.
  • ODUM, E.P. Ecology. Ed. Guanabara, Rio de Janeiro, 1988.
  • PCI. Using PCI Software. Published by PCI Incorporation. Canada, 574p., 1997.
  • SPSS. SPSS 6.1 for Windows. Published by Prentice-Hall, Inc. SPSS Inc. New Jersey, USA, 1996.
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Fev 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 1999
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