Efetividade do apoio matricial do fisioterapeuta para os agentes comunitário de saúde: um estudo quase-experimental

Barbosa, Samara Maria Neves; Silva, Gabriel Brighenti Menezes; Costa, Henrique Silveira; Bastone, Alessandra de Carvalho; Vitorino, Débora Fernandes de Melo; Santos, Juliana Nunes

doi:10.1590/fm.2024.37127.0

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Fisioterapia em Movimento

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Sumário

Artigo Original • Fisioter. Mov. 37 • 2024 • https://doi.org/10.1590/fm.2024.37127.0 copiar

Efetividade do apoio matricial do fisioterapeuta para os agentes comunitário de saúde: um estudo quase-experimental

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

Introdução:

A Atenção Primária à Saúde (APS) representa o primeiro elemento de uma rede de processos de atenção à saúde que tem na Estratégia Saúde da Família o alicerce para a sua reorganização, expansão e consolidação.

Objetivo:

Investigar a efetividade do apoio matricial (AM) realizado pelos fisioterapeutas para os agentes comunitários de saúde (ACS) em relação ao nível de conhecimento sobre condições de saúde sensíveis à atuação da fisioterapia na APS.

Métodos:

Trata-se de um estudo quase-experimental realizado com dois grupos de ACS, divididos em controle (n = 6) e intervenção (n = 7), totalizando 13 profissionais pertencentes a um município de pequeno porte. O AM aconteceu por meio de oficinas educativas, abordando os temas maternoinfantil, adulto, idoso e desordens musculoesqueléticas. Para a avaliação inicial foram aplicados um questionário semiaberto com dados sociodemográficos e questões relacionadas ao trabalho, um questionário estruturado contendo questões relacionadas à atuação da fisioterapia na APS, que apresentava situações da rotina de trabalho do ACS, e um inquérito semiaberto de investigação de pacientes a serem encaminhados para a fisioterapia. Para a avaliação final, os mesmos instrumentos foram reaplicados, exceto o questionário sociodemográfico.

Resultados:

Após o AM, na comparação entre os grupos, houve diferença estatística no índice de percepção de risco no eixo das desordens musculoesqueléticas (p = 0,032) e na identificação de casos de alterações infantis (p = 0,012). Na comparação intragrupo, o grupo intervenção apresentou diferença estatística na percepção de risco na saúde do idoso e na maioria dos itens do inquérito de encaminhamentos (p < 0,05 para todos).

Conclusão:

O AM pode contribuir para a construção compartilhada de saberes, bem como para o acionamento da fisioterapia na APS pelos ACS.

Palavras-chave:
Agente comunitário de saúde; Profissionais de apoio aos cuidados de saúde; Fisioterapia

Eixo temático	Foco teórico I	Estratégias didáticas I	Foco teórico II	Estratégias didáticas II	Para casa
Saúde da criança	Vigilância do desenvolvimento infantil	– Vídeos ilustrativos dos marcos do desenvolvimento infantil; – Vídeos ilustrativos do desenvolvimento típico e atípico	Afecções respiratórias	– Simulação da respiração bucal com utilização do pregador de roupas no nariz; – Jogo temático dos sete erros com imagens de repercussões da respiração oral	Análise da caderneta de saúde da criança
Saúde da mulher	– Mulher como múltiplas funções e seus cuidados; – Assoalho pélvico (AP) e incontinência urinária (IU)	– Imagens com o assoalho pélvico feminino e masculino – Simulação do funcionamento do assoalho pélvico com balão; – Mitos e verdades	Gestação e suas repercussões	– Exercícios para fortalecimento do AP – Exercícios preparatórios para o parto e posicionamento do bebê dentro do útero	Identificação de casos clínicos de mulheres e homens (familiares ou amigos) que apresentam IU
Saúde do adulto	Doença venosa crônica	– Imagens com os estágios da doença; – Avaliação de um participante voluntário; – Demonstração de exercícios; – Caça-palavras	– Saúde do trabalhador; – Dores musculoesqueléticas	– Encenação de casos; – Exercícios e alongamentos laborais, posturas de trabalho que previnem a dor	Identificação de casos clínicos
Saúde do idoso	– Processo do envelhecimento e doenças mais frequentes; – Riscos de queda	Simulação de dificuldades vividas pelos idosos com a redução dos sentidos	Alterações do sistema vestibular	– Simulação da vertigem com um voluntário; – Exercícios de estimulação labiríntica	Identificação de casos clínicos

Variável	GC (n = 6)	GI (n = 7)	Valor-p
Sexo
Feminino	2 (33,3)	4 (57,1)	0,54
Masculino	4 (66,7)	3 (42,9)	0,54
Idade	43 ± 10	43 ± 11	0,74
Zona
Urbana	2(33,3)	2 (28,6)	0,74
Rural	4 (66,7)	5 (71,4)	0,74
Escolaridade
Ensino médio	3 (50,0)	6 (85,7)	0,04 ^* * p ≤ 0,05.
Ensino superior	3 (50,0)	1 (14,3)	0,04 ^* * p ≤ 0,05.
Tempo de atuação	16 ± 4	15 ± 8	0,01 ^* * p ≤ 0,05.

Condições	Antes das oficinas de apoio matricial						p
	Grupo controle (n = 6)			Grupo intervenção (n = 7)
	1	2	3	1	2	3
IPRDM	0,5	0,5 - 1,0	0,60 ± 0,08	0,7	0,2 - 1,0	0,70 ± 1,11	0,24
IPRI	0,8	0,4 - 1,0	0,70 ± 1,11	0,6	0,2 - 1,0	0,60 ± 0,11	0,60
IPRA	0,7	0,5 - 1,0	0,70 ± 0,06	0,7	0,5 - 1,0	0,80 ± 0,08	0,15
IPRMI	1,0	0,0 - 1,0	0,70 ± 0,18	0,6	0,0 - 1,0	0,70 ± 0,14	0,48
IDAV	1,5	0,0 - 3,0	1,30 ± 0,49	2,0	0,0 - 4,0	2,10 ± 0,50	0,95
IDRQ	2,0	0,0 - 10,0	3,80 ± 1,68	2,0	0,0 - 5,0	1,70 ± 0,71	0,02^* * p ≤ 0,05.
IDST	3,0	0,0 - 15,0	4,60 ± 2,24	5,0	4,0 - 25,0	11,00 ± 3,36	0,06
IDAVC	1,0	0,0 - 3,0	1,20 ± 0,54	3,0	0,0 - 4,0	2,40 ± 0,68	0,35
IDIU	0,0	0,0 - 0,0	0,00 ± 0,00	0,0	0,0 - 2,0	0,60 ± 0,29	0,01^* * p ≤ 0,05.
IDAI	0,0	0,0 - 0,0	0,00 ± 0,00	0,0	0,0 - 0,0	0,00 ± 0,00	0,00
Depois das oficinas de apoio matricial
IPRDM	0,6	0,0 - 1,0	0,50 ± 0,36	1,0	0,7 - 1,0	0,90 ± 0,13	0,03^* * p ≤ 0,05.
IPRI	0,6	0,2 - 1,0	0,50 ± 0,32	0,8	0,6 - 1,0	0,80 ± 0,17	0,21
IPRA	0,5	0,5 - 0,7	0,60 ± 0,12	0,7	0,7 - 1,0	0,80 ± 0,12	0,74
IPRMI	0,7	0,3 - 1,0	0,70 ± 0,25	1,0	0,6 - 1,0	0,90 ± 0,12	0,14
IDAV	2,5	1,0 - 5,0	2,80 ± 1,47	5,0	1,0 - 6,0	4,10 ± 1,67	0,84
IDRQ	10,0	0,0 - 25,0	10,80 ± 8,40	10,0	4,0 - 30,0	13,40 ± 8,20	0,96
IDST	2,5	2,0 - 12,0	4,30 ± 3,90	5,0	3,0 - 8,0	5,70 ± 1,97	0,29
IDAVC	3,0	0,0 - 8,0	3,20 ± 3,12	4,0	3,0 - 10,0	5,40 ± 2,87	0,83
IDIU	0,0	0,0 - 2,0	0,50 ± 0,83	3,0	1,0 - 20,0	5,60 ± 6,47	0,10
IDAI	2,0	0,0 - 3,0	1,70 ± 1,50	3,0	1,0 - 15,0	5,60 ± 5,53	0,01^* * p ≤ 0,05.

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