Resumo
Introdução:
A pandemia da COVID-19 trouxe uma forte discussão sobre o uso da telerreabilitação, especialmente em países onde a sua prática ainda não havia sido permitida antes da pandemia. Na área da reabilitação neuropediátrica as evidências sobre a efetividade dessa modalidade de atendimento e informações sobre as percepções dos provedores e família são escassas.
Objetivo:
Avaliar as características das consultas fisioterapêuticas por telerreabilitação em crianças com condições neurológicas durante a pandemia de COVID-19 e relatar as percepções dos fisioterapeutas sobre essa modalidade de atendimento.
Métodos:
Um questionário online foi criado e administrado para fisioterapeutas neuropediátricos brasileiros. O questionário consistiu em dados demográficos, questões sobre as características das consultas por telerreabilitação e percepção dos fisioterapeutas sobre a assistência via telerreabilitação.
Resultados:
Entre julho e setembro de 2020, 394 fisioterapeutas responderam o questionário. A maioria dos fisioterapeutas levaram de 21 a 30 minutos por sessão (26,9%), ofereceram uma sessão por semana (61,0%) e usaram mensagens eletrônicas como principal método de entrega (39,9%). A principal dificuldade reportada foi a falta de entendimento sobre os manuseios durante as sessões (41,2%) e problemas com a internet (16,7%). Além disso, a maioria reportou ser muito importante prover cuidados de saúde por telerreabilitação para a população economicamente menos favorecida.
Conclusão:
Os dados apresentados fornecem um entendimento do processo complexo e desafiador das consultas por telerreabilitação durante a primeira onda da pandemia da COVID-19. Apesar dos desafios reportados, a telerreabilitação pode ser uma oportunidade para melhor entender as atividades e participação das crianças no contexto do lar.
Palavras-chave:
COVID-19; Reabilitação; Telerreabilitação; Pediatria