Introdução
No Brasil 23% dos pacientes com hanseníase apresentam algum tipo de incapacidade física após a alta. O impacto sobre o sistema respiratório e correlações com a capacidade funcional de exercício ainda é desconhecido.
Objetivo
Correlacionar a capacidade funcional de exercício com a função pulmonar de indivíduos com sequelas de hanseníase.
Materiais e métodos
Foram avaliados 20 indivíduos e 25 controles através de avaliação sensorial, força muscular dos membros e face, graduado o grau de incapacidade física e, seguido de testes de função pulmonar com espirometria e manovacuometria, além da capacidade funcional de exercício através do teste de caminhada em seis minutos (TC6).
Resultados
A maioria (75%) dos indivíduos apresentou grau de incapacidade física 1. A média das pressões respiratórias máximas encontrou-se abaixo da normalidade com PImáx – 71 ± 31 cmH20 e PEmáx + 89 ± 22 cmH20. Os valores espirométricos apresentaram medidas dentro dos valores de normalidade. A capacidade funcional de exercício encontrou-se reduzida apresentando média de distância percorrida de 404 ± 92 m. Correlação positiva e estatisticamente significativa entre a PImáx com a distância percorrida no TC6 (r = 0,49 e p = 0,025) e, da mesma forma, a PEmáx (r = 0,53 e p = 0,004). Foram encontrados. A mesma evidência é encontrada nas pressões respiratórias máximas dos indivíduos de grau 1, com correlações significativas PImáx (r = 0,52 e p = 0,036) e PEmáx (r = 0,51 e p = 0,042).
Conclusão
Indivíduos com sequelas de hanseníase apresentaram comprometimento da força muscular respiratória e da capacidade funcional de exercício. As pressões respiratórias máximas se apresentaram como um fator independente na alteração do desempenho no teste de capacidade funcional de exercício.
Hanseníase; Exercício; Testes de função respiratória