Resumo
Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM) compreende alterações clínicas e sintomas que envolvem a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas. A ATM possui conexões anatômicas com a região cervical, onde os movimentos das vértebras cervicais ocorrem simultaneamente com a ativação dos músculos mastigatórios e dos movimentos da mandíbula.
Objetivo: O objetivo foi verificar a relação entre achados do Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) com a eletromiografia de superfície (EMGs) da musculatura mastigatória, postura e flexibilidade cervical em mulheres com DTM.
Método: Cinquenta mulheres com DTM, pelo RDC/TMD, com idade média de 27,0 ± 6,37 anos foram avaliadas quanto à postura craniocervical, flexibilidade cervical e EMGs da musculatura mastigatória.
Resultados: Não houve diferença quanto às limitações relacionadas à função mandibular (LRFM), depressão, grau de dor e interferência no trabalho e atividades diárias, postura e EMGs entre os diagnósticos de DTM e entre a classificação muscular (p > 0,05). O comprometimento biarticular apresentou maior depressão (p = 0,023). O grupo com bruxismo apresentou maior grau de dor no momento (p = 0,001), e maior comprometimento na capacidade de trabalhar (p = 0,039). A DTM muscular e mista tiveram menor rotação à direita em comparação ao diagnóstico articular.
Conclusão: Os diagnósticos de DTM, os variados comprometimentos articulares e musculares e a presença de bruxismo não apresentaram diferença quanto à postura e a EMGs. O comprometimento muscular está associado a uma menor rotação cervical à direita. As LRFM não interferiram na postura e na EMGs. A depressão tem associação com a dor.
Palavras-chave: Articulação Temporomandibular; Amplitude de Movimento Articular; Eletromiografia; Postura