O desenvolvimento científico no Brasil está ameaçado pela grave crise econômica em que o país se encontra. Os cortes no orçamento afetam a produção científica em todos os Institutos e Universidades brasileiras. Apesar do número de publicações na área da saúde ter aumentado substancialmente nos últimos anos, a qualidade dos trabalhos não acompanha esse ritmo e as pesquisas brasileiras tem pouco impacto no cenário mundial.
Temos uma difícil missão pela frente. Será que é possível desenvolver projetos científicos com qualidade e baixo custo na área da saúde?
A apropriada escolha do tipo ou desenho do estudo científico é muito importante para o seu sucesso. Essa escolha depende de vários fatores, entre eles, objetivo da pesquisa, métodos de avaliação validados, viabilidade de inclusão da amostra, tempo disponível do pesquisador, nível de evidência que se pretende alcançar e financiamento.
Os estudos podem ser observacionais ou intervencionais. O estudo transversal, por exemplo, é um estudo observacional que avalia uma amostra em um único ponto no tempo. Se, adequadamente planejado pode ser realizado em curto espaço de tempo e normalmente não demanda muitos recursos financeiros.
Os estudos intervencionais ou experimentais costumam ser mais caros, por exemplo, um estudo intervencional controlado randomizado pode durar meses ou anos e precisar de muita verba para a sua realização.
É possível também optar pelos estudos secundários como as revisões sistemáticas, meta-análises e guidelines . Esses tipos de estudos científicos não são caros e reúnem, de forma organizada, grande quantidade de resultados de pesquisas de alta qualidade já realizadas. Esses tipos de pesquisas encontram-se no topo da pirâmide hierárquica de níveis de evidência para tratamento e prevenção em saúde, sendo os mais importantes estudos para a tomada de decisão terapêutica.
Superando os obstáculos, essa edição da Fisioterapia em Movimento apresenta vinte importantes pesquisas para a Fisioterapia trazendo perguntas e respostas sobre os mais importantes temas da área, com estudos observacionais, intervencionais e secundários.
A revista traz a temática do idoso e as doenças que os afetam. A população idosa tem aumentado a cada ano e pesquisas nessa área são cada vez mais necessárias. Ainda, o leitor poderá se atualizar no que diz respeito a condições como síndrome de Down, postura e dor, disfunção temporomandibular, análise de protocolos de avaliação, e temas em Saúde do Trabalhador e Saúde da Mulher.
Em tempos de crise ser pesquisador é um desafio necessário, o que pede que sejamos criativos, persistentes e pacientes.
Boa leitura!!!
Profa. Dra. Sandra Mara Meireles Adolph
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Apr-Jun 2016
