Resumo
Introdução:
Fratura é uma lesão traumática sofrida pelo osso que pode ocorrer por causas diversas. Embora as repercussões das fraturas sobre o sistema musculoesquelético sejam documentadas, estudos com medidas desfecho mais abrangentes e em fases mais tardias da lesão ainda são escassos.
Objetivo:
Avaliar as adaptações estruturais e físico-funcionais em indivíduos que sofreram fratura unilateral de membro inferior tratadas cirurgicamente.
Métodos:
Participaram do estudo 32 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 18 e 59 anos, com diagnóstico de fratura unilateral de membro inferior e alta hospitalar de no mínimo 1 ano. O membro inferior acometido foi comparado ao membro inferior saudável de todos os participantes utilizando as medidas de desfecho: espessura muscular do vasto lateral (ultrassonografia), força de extensão e flexão do joelho (dinamômetro isocinético), amplitude de movimento de dorsiflexão do tornozelo (teste da distância do pé à parede) e aptidão funcional do membro inferior (teste de salto horizontal simples e triplo).
Resultados:
Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os membros acometidos e não acometidos nas medidas de espessura muscular (p = 0,0001), força de extensão do joelho (p = 0,0094), amplitude de dorsiflexão (p = 0,0004) e desempenho funcional (p = 0,0094, salto simples e p = 0,0114, salto triplo). Em todos os desfechos significativos os valores do membro acometido foram menores que o do membro não acometido. O pico de torque dos músculos flexores do joelho não demonstrou diferença estatisticamente significante entre membros (p = 0,0624).
Conclusão:
Indivíduos que sofreram fratura unilateral de membro inferior tratado cirurgicamente apresentam alterações estruturais e físico-funcionais tardias importantes em relação ao membro não acometido.
Palavras-chave:
Fraturas Ósseas; Sistema Musculoesquelético; Debilidade Muscular; Amplitude de Movimento Articular