Resumo
Introdução:
A atividade física regular (AF) faz parte do tratamento ambulatorial oferecido à maioria das pessoas com fibrose cística (FC).
Objetivo:
Determinar a frequência da AF autorreferida e secundariamente avaliar as associações entre AF e variáveis clínicas e de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em crianças e adolescentes com FC.
Método:
Neste estudo transversal, indivíduos entre 6 e 17 anos com diagnóstico confirmado de FC foram recrutados no ambulatório. Os sujeitos responderam perguntas sobre as práticas de AF, questionário de QVRS e variáveis clínicas. Os indivíduos foram classificados em dois grupos de acordo com a prática semanal de AF: AF realizada ≥3 vezes/semana e AF≤2 vezes/semana.
Resultados:
66 indivíduos completaram o estudo, 72,7% (n=48) tinham AF ≥ 3 vezes/semana e 27,2% (n=18) tinham AF ≤ 2 vezes/semana. Apenas doze crianças (18,2%) alcançaram as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para praticar diariamente atividades físicas moderadas a vigorosas. A média de idade dos sujeitos avaliados foi de 12,3 ± 3,2 anos, volume expiratório forçado no primeiro segundo 90 ± 24,1% e capacidade vital forçada 95 ± 20,4%. O grupo que realizou AF ≥ 3 vezes/semana apresentou melhor escore clínico (p=0,033), menor número de internações no ano (p=0,002), menor número de dias hospitalizados no último ano (p=0,020) e melhor escore para os domínios físico (p=0,003) e emoção (p=0,048) no questionário de QVRS.
Conclusão:
Este estudo concluiu que a maioria dos indivíduos não alcançou as recomendações da OMS para a prática de AF. No entanto, indivíduos que praticam AF pelo menos 3 vezes/semana apresentam melhor QVRS, escore clínico e menos hospitalizações.
Palavras-chave:
Pediatria; Qualidade de Vida Relacionada com Saúde; Exercício; Testes de Função Respiratória; Pontuação Clínica