Ginástica laboral em profissionais de saúde: uma revisão sistemática

Costa, Lara Maria Camilato Lima; Pimenta, Isadora Caroline; Sales, Erika Moreira; Vidal, Alessandra Paiva de Castro; Martins, Lisandra Vanessa

doi:10.1590/1809-2950/e23002324pt

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Sumário

REVISÃO SISTEMÁTICA • Fisioter. Pesqui. 31 • 2024 • https://doi.org/10.1590/1809-2950/e23002324pt copiar

Ginástica laboral em profissionais de saúde: uma revisão sistemática

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Este estudo tem como objetivo revisar sistematicamente ensaios randomizados controlados e comparar a eficácia da ginástica laboral com nenhuma intervenção, intervenção mínima ou outros tipos de intervenção em trabalhadores de saúde, em relação à dor musculoesquelética, estresse, incapacidade física e afastamento do trabalho. Foram realizadas buscas nas bases de dados PUBMED, PEDro, EMBASE, CENTRAL, CINAHAL, PsycINFO, NIOSHTIC-2, SPORTDicus, SCIELO e LILACS. Foram encontrados 3598 artigos, sendo sete elegíveis. Houve diferença estatística para dor musculoesquelética a favor da ginástica laboral após 5, 10 e 12 semanas (MD: −0,63; 95%, CI: −1,17; −0,08) e 6,9 e 12 meses de intervenção (MD: −0,74; 95% CI: −1,43; −0,05). Também foi verificada diferença estatística a favor da ginástica laboral para o afastamento no trabalho (MD: −3,26; 95% IC: −6,28; −0,25) e para redução do estresse (SMD: −0.35; 95% IC: −0,67; −0.03) nos estudos que realizaram intervenção por 5 e 10 semanas. A ginástica laboral pode contribuir para a saúde física e mental do profissional de saúde, no entanto, mais estudos randomizados controlados voltados para essa categoria profissional, e com maior valor amostral, são necessários para confirmação dessa hipótese.

Descritores
Saúde do trabalhador; Profissionais de saúde; Transtornos traumáticos cumulativos; Ginástica laboral

Autor	Participantes	Local de Trabalho	Intervenção	Desfecho e instrumento de avaliação	Principais resultados
Aryurek et al. 2020 ¹¹11. Akyurek G, Avci N, Ekici G. The effects of “Workplace Health Promotion Program” in nurses: A randomized controlled trial and one-year follow-up. Health Care Women Int. 2020;43(9):980-96. doi: 10.1080/07399332.2020.1800013 https://doi.org/10.1080/07399332.2020.18...	GI: n=15 (33.53±13.67 anos), sexo feminino, enfermeira GC: n=15 (41.47±9.39 anos), sexo feminino, enfermeira	Hospital	GI: relaxamento, exercícios posturais, respiratórios e orientações quanto à ergonomia no trabalho. Duas vezes por semana, por cinco semanas, 35 minutos cada GC: permaneceram em uma sala descansando por 40 minutos, nesse tempo poderiam fazer alguma leitura.	Dor (ENA), fadiga (ENA) e estresse (ENA)	Após cinco semanas de intervenção e um ano de follow up , houve diminuição da intensidade da dor, fadiga e estresse no GI.
Brox; Frøystein 2005 ¹²12. Brox JI, Frøystein O. Health-related quality of life and sickness absence in community nursing home employees: randomized controlled trial of physical exercise. Occup Med (Lond). 2005;55(7):558-63. doi: 10.1093/occmed/kqi153 https://doi.org/10.1093/occmed/kqi153...	GI: n=65 (idade média de 42,5 anos), GC: n=64 (idade média de 42,5 anos) Profissão: enfermeiras e auxiliares de enfermagem. Sexo: Feminino (mais de 96% e masculino)	Casa de repouso comunitária.	GI: Sessões semanais de 1 hora de exercícios em grupo e orientações ao participante durante seis meses. GC: Nenhuma intervenção.	Afastamento por doença, qualidade de vida relacionada à saúde (Co-operation-World Organization of Colleges Academics)	Não houve diferença entre os grupos intervenção e controle para o afastamento e qualidade de vida.
Giagio et al. 2019 ¹³13. Giagio S, Volpe G, Pillastrini P, Gasparre G, Frizziero A, et al. Preventive program for work-related musculoskeletal disorders among surgeons: outcomes of a randomized controlled clinical trial. Ann Surg. 2019;270(6):969-75. doi: 10.1097/SLA.0000000000003199 https://doi.org/10.1097/SLA.000000000000...	GI: n=65 (35.5±10.9 anos) GC: n=76 (37.7±12.1 anos) Profissão: Médicos cirurgiões Sexo: ambos os sexos	Centro médico	GI: Educação ao paciente em relação à ergonomia e exercício físico antes e após os procedimentos cirúrgicos durante seis meses. GC: nenhuma intervenção.	Dor (ENA) Qualidade de vida (SF-36). Avaliação após três e seis meses de intervenção	Não houve diferença entre os grupos após três meses de intervenção. Após seis meses, houve melhora estatisticamente significativa dos sintomas de dor.
Gundewall et al. 1993 ¹⁴14. Gundewall B, Liljeqvist M, Hansson T. Primary prevention of back symptoms and absence from work. A prospective randomized study among hospital employees. Spine (Phila Pa 1976). 1993;18(5):587-94. doi: 10.1097/00007632-199304000-00011 https://doi.org/10.1097/00007632-1993040...	GI: n=28 (média de idade 37,7 anos) GC: n=32 (média de idade 37,3 anos) Profissão: Profissionais de enfermagem Sexo: ambos os sexos	Hospital geriátrico	GI: exercícios físicos por 20 minutos, seis vezes por mês, por 13 meses. GC: nenhuma intervenção	Afastamento por doença, intensidade da dor da região lombar e força muscular da região lombar	Diminuiu o afastamento por queixas de dor no GI em comparação ao GC.
Jakobsen et al. 2015 ¹⁵15. Jakobsen MD, Sundstrup E, Brandt M, Jay K, Aagaard P, et al. Effect of workplace- versus home-based physical exercise on musculoskeletal pain among healthcare workers: a cluster randomized controlled trial. Scand J Work Environ Health. 2015;41(2):153-63. doi: 10.5271/sjweh.3479 https://doi.org/10.5271/sjweh.3479...	GI: n=111 (40±12 anos) GC: n=89 (44±10 anos) Profissão: Profissionais de saúde Sexo: Feminino	Hospital	GI: exercícios físicos por 10 minutos, cinco vezes por semana, por 10 semanas e orientações relacionadas à ergonomia. GC: orientações relacionadas à ergonomia e exercícios físicos em casa, por 10 minutos, cinco vezes por semana.	Dor (ENA), força muscular e uso de analgésicos	O GI apresentou melhora em relação à dor, força muscular e diminuição do uso de medicamentos, em relação ao GC.
Jay et al. 2015 ¹⁶16. Jay K, Brandt M, Hansen K, Sundstrup E, Jakobsen MD, et al. Effect of individually tailored biopsychosocial workplace interventions on chronic musculoskeletal pain and stress among laboratory technicians: randomized controlled trial. Pain Physician. 2015;18:459-71	GI: n=56 (45,5±9.0 anos) GC: n=56 (47.6±8.2 anos) Profissão: Técnicas de laboratório. Sexo: Feminino.	Laboratório de empresa farmacêutica.	GI: exercício físico, cognitivo e mindfulness por 10 semanas. GC: nenhuma intervenção.	Dor (ENA) estresse (Escala de percepção de estresse)	Houve redução na intensidade da dor musculoesquelética no GI em relação ao GC. Não houve diferença entre o GC e GI em relação ao estresse.
Tveito; Eriksen 2008 ¹⁷17. Tveito TH, Eriksen HR. Integrated health programme: a workplace randomized controlled trial. J Adv Nurs. 2009;65(1):110-9. doi: 10.1111/j.1365-2648.2008.04846.x https://doi.org/10.1111/j.1365-2648.2008...	GI: n=19 GC: n=21 Profissão: Enfermeiros/auxiliares de enfermagem Sexo: Feminino	Casa de saúde para idosos.	GI: Exercício físico, técnica de gerenciamento de estresse, orientações quanto à saúde e avaliação do local de trabalho, durante uma hora, três vezes por semana, durante nove meses GC: Nenhuma intervenção.	Dor e estresse (inventário de Subjective health complaints – SHC) e afastamento no trabalho	Não houve diferença estatisticamente significativa entre GI e GC em relação ao afastamento e ao estresse. Houve redução nas queixas de dor do GI em relação ao GC.

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