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Perspectiva poética da alteridade: diálogos entre Rimbaud e Bakhtin* * A produção deste artigo esteve vinculada a projeto financiado pelo CNPq (Edital Universal processo número 476521/2013-0). Resultado de pesquisa da primeira autora, que foi bolsista de mestrado (CNPq), sob orientação do segundo autor, que foi bolsista de produtividade em pesquisa (CNPq processo número 306563/2013-4).

Poetic perspective of alterity: dialogues between Rimbaud and Bakhtin

Resumo

Este artigo procura apontar possíveis articulações entre a psicologia cultural e a poesia a partir do enunciado “Eu é um outro” do poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891), extraído de suas “Cartas do Vidente” e tomado como uma perspectiva poético-visionária para a perspectiva do construtivismo semiótico-cultural em psicologia. O enunciado é endereçado às noções de dialogismo e polifonia em Mikhail Bakhtin (1895-1975), visando expressar a pluralidade das experiências de alteridade no campo das relações eu-outro-mundo. Bakhtin é um dos principais autores para esta vertente meta-teórica, metodológica e ética em psicologia, que focaliza processos relacionais envolvidos na relação eu-outro, tomando cada coparticipante da relação como singularidade ativa, construtora de sentidos e significados da experiência. Rimbaud foi um poeta-visionário, e sua perspectiva poética da alteridade constitui um campo fértil para um diálogo com a psicologia cultural. Suas Cartas do Vidente, escritas em 1871, servirão de suporte para uma reflexão sobre as noções de alteridade e dialogicidade no Self.

Palavras-chave:
alteridade; dialogismo; poesia; Rimbaud; Bakhtin

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