RESUMO
Este artigo pretende investigar, partindo das ideias de A Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo, de Max Weber, a relação entre o desencantamento do mundo e a Reforma Protestante, bem como a hipótese de que o desencantamento gerou, ao mesmo tempo, um novo encantamento no capitalismo e em sua nascente sociedade do trabalho. Segundo Weber, à medida que o cotidiano, na modernidade, foi tomado por uma racionalização cultural e social, dissolveram-se também as formas de vida tradicionais. Na ética protestante, a salvação vincula-se à vocação intramundana e à santificação da vida cotidiana por meio do trabalho. Daí, falarmos de um desencantamento, como Weber conceitua, e, ao mesmo tempo, de um reencantamento à luz de uma nova religiosidade atuante no mundo do trabalho capitalista. É justamente esse processo que permitiu Walter Benjamin, por sua vez, considerar o capitalismo como uma religião, com seus cultos, ritos e símbolos, levando a análise weberiana adiante, enfatizando o capitalismo como religião. Almejamos, assim, investigar a hipótese de que a tese weberiana do desencantamento do mundo igualmente culmina em sua inversão, ao falarmos de um reencantamento do mundo, agora sob a égide do trabalho capitalista e de sua racionalização econômica.
Palavras-chave:
Weber; desencantamento; ética protestante; reencantamento