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Uma teoria crítica decolonial da inteligência artificial: igualitarismo interseccional, alinhamento moral e governança da IA

RESUMO

Neste artigo, defendo uma reconstrução normativa, a partir de uma perspectiva decolonial da teoria crítica no Brasil e na América Latina, de um ethos democrático que, apesar de suas fraquezas e déficits normativos, seja capaz de promover uma democracia cada vez mais deliberativa, participativa e igualitária, fazendo uso extensivo de novas tecnologias digitais (incluindo sistemas de IA e governança digital). O seu núcleo argumentativo resume-se à promoção do igualitarismo interseccional (socioeconômico, de genero, étnico-racial, ambiental) através da inclusão digital, o que só nos parece viável a partir de uma perspectiva capaz de acomodar as reivindicações normativas de uma teoria decolonial crítica combinada com uma visão naturalista da sustentabilidade, no âmbito de um programa de investigação que denominei “construcionismo social mitigado” em resposta ao défice fenomenológico das teorias normativas e naturalistas (incluindo a teoria crítica e a neurofilosofia). Se o que importa é a normatividade, então, para evitar a divisão entre o naturalismo e a normatividade não-naturalista, uma alternativa não-fundacionalista é recorrer a explicações hermenêuticas e processuais da normatividade como pistas úteis para dar sentido ao problema naturalismo-normatividade, evitando interpretações reducionistas tanto do naturalismo (Churchland) quanto do normativismo (Parfit).

Palavras-chave:
IA; teoria crítica; decolonialidade; governança digital; igualitarismo interseccional; alinhamento de valor

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