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Algoritmos racistas: a hiper-ritualização da solidão da mulher negra em bancos de imagens digitais

Racist algorithms: the hyper-ritualization of black women’s solitude in digital image databases

Resumo

Reconhecendo a importância das discussões a respeito dos algoritmos em mecanismos de busca e seus vieses possivelmente discriminatórios e racistas, este trabalho analisa três bancos de imagens digitais e seus resultados para as palavras-chave “family”, “black family” e “white family”. Com base no conceito de “hiper-ritualização” de gênero de Erving Goffman (1979), estuda-se aqui se a perspectiva imagética de família (mulher, homem, filho e filha) se aplica para o contexto negro ou, ao contrário, corrobora para a “solidão da mulher negra”. Analisando comparativamente mais de 2.500 imagens, percebeu-se que as mulheres negras são mais representadas sozinhas com seus filhos do que as mulheres brancas; a palavra-chave “family” resulta em maioria expressiva de famílias brancas; e a pesquisa por “white family” apresenta mais resultados “infiltrados” de famílias negras como indício de racialização da pesquisa para o algoritmo de busca, que considera a branquitude como normativa e neutralidade.

Palabras clave
algoritmos; bancos de imagem; racismo; feminismo negro

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