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Comunidades de pertencimento, desinformação e antagonismo: processos interacionais em grupos antivacina no Telegram no Brasil1 1 Este artigo foi realizado no escopo do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Contou também com apoio do CNPq: Chamada Proep–COC-CNPq 2021, Chamada CNPq/MCTI Nº 10/2023 - UNIVERSAL e Chamada CNPq n.º 14/2023 – Apoio a Projetos Internacionais de Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação. Pela Faperj contou com o PPSUS, Projetos Temáticos e Jovem Pesquisador Fluminense. Maia agradece à Fundação Oswaldo Cruz pela bolsa de pós-doutorado do Programa Inova Fiocruz. Massarani e Oliveira agradecem ao CNPq, respectivamente, pela bolsa de Produtividade em Pesquisa 1B e Produtividade em Pesquisa 2. Massarani e Oliveira agradecem ainda à Faperj pelo Cientista do Nosso Estado e Jovem Cientista do Nosso Estado.

Communities of belonging, disinformation, and antagonism: interactional processes in anti-vaccine groups on Telegram in Brazil

Resumo

Neste artigo, analisamos os processos interacionais presentes em grupos antivacina no Telegram no Brasil. Usando descritores associados ao tema da vacina e à contestação vacinal, identificamos sete grupos que abordaram a questão vacinal de janeiro a março de 2021, período que corresponde aos primeiros meses da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Utilizando o método da Teoria Fundamentada, realizamos uma análise qualitativa das conversas tecidas nos grupos estudados. Os resultados mostram que essas interações estão centradas em três eixos principais que revelam: 1) a formação de um senso de comunidade, envolvendo processos de ajuda mútua, reconhecimento de pares, deliberações sobre o grupo e a rede antivacina, testemunhais e suporte afetivo; 2) o processo de elaboração de uma identidade marcada pela diferença em relação à alteridade; e 3) o gerenciamento de processos de hesitação e dissenso, que podem resultar em rupturas no grupo. A compreensão desses processos, a partir do contexto brasileiro, visa contribuir com o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento da desinformação quanto à saúde e vacinas.

Palavras-chave
Telegram; vacinas; processos interacionais; Covid-19

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