Resumo
Neste artigo analisamos o trabalho dos operadores da indústria petrolífera em plataformas offshore. Mostramos que o negócio da extração requer uma multiplicidade de competências técnicas. O fato destas competências serem implantadas dentro de uma divisão de trabalho altamente desenvolvida leva os operadores a concentrarem a sua atenção no caráter imediato das suas atividades de trabalho em detrimento de uma problematização das suas implicações materiais distantes e das suas finalidades. Em vez de trabalhar para reduzir esses pontos cegos, a indústria petrolífera tende, em vez disso, a tirar partido deles e a desenvolver um discurso que desencoraje os operadores de questionarem o âmbito do seu trabalho e de tomarem nota das suas consequências nocivas para o clima. Este artigo sugere que uma ecologização do trabalho só pode ser conseguida através de uma análise contextualizada das atividades laborais, na qual os trabalhadores devem participar e que muitas vezes tende a ser impedida pelas próprias empresas.
Palavras-chave:
atividade; trabalho; petróleo; extração; clima