Resumo
Ensaiamos aqui um exercício teórico de reflexão sobre utopias urbanas, um urbano-natural, que almejem relações sociedade-natureza alternativas e projetos utópicos societais equânimes, que fortaleçam a solidariedade social, outras relações sociais de produção, outras formas de produzir o espaço social (e diferenciado) e outras formas de vida cotidiana capazes de enfrentar a acumulação capitalista. De uma perspectiva latino-americana contemporânea, seria inviável abordar utopias urbanas e possíveis expressões do urbano-natural, se não numa abordagem crítica. Essa tarefa envolve alguns passos. Um primeiro concerne à utopia, às utopias urbanas e à natureza. Um segundo é a desmistificação da modernidade ocidental e de outras concepções atinentes à relação sociedade-natureza, fundada no giro decolonial. E o terceiro, baseado em Quijano, Walsh e Lefebvre, visa realçar o papel transformador da vida cotidiana ao lado de formas alternativas de produzir a vida material e a existência social. Trata-se de apontar que os caminhos rumo às utopias urbanas devem superar a colonização da vida social, do conhecimento e das técnicas, bem como as ideologizações hegemônicas.
Palavras-chave:
Utopias urbanas; Urbano-natural; Giro decolonial; Lefebvre; Vida cotidiana