A base genética da soja cultivada é relativamente estreita. Essa observação foi confirmada por análises de características agronômicas entre diferentes genótipos e, mais recentemente, pelo uso de marcadores moleculares. Durante a construção de um mapa de RFLP da soja (Glycine soja x Glycine max), os dois progenitores foram analisados com mais de 2000 sondas, das quais 25% eram polimórficas. Entre as sondas que revelaram polimorfismos, uma pequena proporção, cerca de 0,5%, hibridizou com regiões que eram altamente polimórficas. Neste trabalho, são apresentados o seqüenciamento e análise de cinco dessas sondas. Três dessas sondas contêm segmentos que codificam repetições ricas em leucina que são homólogas a genes de resistência a doenças já conhecidos em plantas. As duas outras sondas são relativamente ricas em AT e contêm segmentos do tipo (A)n/(T)n. Segmentos de DNA correspondentes a uma das sondas (A45-10) foram amplificados a partir de nove genótipos de soja. Seqüenciamento parcial desses amplicons sugere que deleções e/ou inserções são responsáveis pelo extensivo polimorfismo observado. Nós propomos que os genes que codificam proteínas com repetições ricas em leucina e regiões de seqüências repetidas simples, que são passíveis do fenômeno de slippage (deslizamento), estão entre as regiões mais variáveis do genoma da soja.