A plasticidade fenotípica de alguns caracteres quantitativos foi estudada em duas populações colonizadoras de Drosophila subobscura (Davis e Eureka, Califórnia). Analisaram-se tanto o efeito da temperatura como o da criação em laboratório. A criação em laboratório durante quatro gerações a 18°C aumentou significativamente o comprimento da asa e da tíbia. Este incremento foi semelhante ao obtido quando as moscas foram cultivadas a 13°C durante duas gerações. O ambiente de temperatura baixa pode ser considerado mais estressante para as fêmeas, pois elas apresentaram um aumento na variância fenotípica. As duas populações analisadas apresentaram uma grande plasticidade fenotípica, apesar do "gargalo" genético produzido durante o processo colonizador. Nossos estudos mostram que a manutenção das moscas no laboratório por um período de tempo relativamente curto é capaz de mudar significativamente alguns caracteres quantitativos, sendo fundamental analisar as moscas imediatamente após capturá-las, para se obterem estimativas confiáveis na análise de tais caracteres nas populações naturais.