Neste trabalho tivemos por objetivo geral a avaliação do impacto do aconselhamento genético (GC) nas famílias atendidas no ambulatório de Genética do HC, FMRP, USP. Foram estudadas 113 famílias atendidas há no mínimo 2 anos e meio e no máximo há 7 anos no Serviço. O método utilizado foi o de entrevista ambulatorial através de formulário constituído por 48 perguntas; as crianças nascidas após o GC foram avaliadas clinicamente. As famílias foram avaliadas em relação à motivação espontânea para o processo de GC, quanto ao entendimento das informações do GC, às suas decisões reprodutivas, modificações na constituição da família após o GC, e, também, quanto à saúde das crianças nascidas após o GC. Foi observado que a maioria das famílias atendidas no HCRP não são motivadas espontaneamente para o GC, que apresentam um baixo nível de entendimento (e/ou verbalização) das informações recebidas, que as famílias estão na maioria evitando filhos (mesmo as em baixo risco genético), tendo conseqüentemente uma baixa taxa de gravidez e de crianças nascidas após o GC. Estas famílias apresentaram, também, baixas taxas de adoção de crianças e separação de casais, quando comparadas a trabalhos semelhantes.