Expandir modelos mentais, de tal modo que as condições futuras possam ser interpretadas e conformadas de maneira mais eficiente, constitui-se num desafio estratégico constante para agentes sociais, econômicos, políticos e institucionais. Nesta perspectiva, o presente artigo busca discutir os conceitos relativos aos estudos do futuro, bem como a trajetória histórica do tema, apresentando as diversas nomenclaturas e abordagens encontradas até então na literatura, caracterizando suas relações e lacunas teóricas. Para tanto, utilizando-se dos princípios do método dialético, procedeu-se um estudo teórico de finalidade descritiva, que adotou como procedimento de pesquisa a consulta bibliográfica. O estudo apresenta uma caracterização de conceitos a partir de trabalhos e autores considerados referências no tema, constituindo uma cronologia temática. Por meio de uma análise comparativa dos termos encontrados, busca-se contribuir com a construção de um arcabouço conceitual adequado à aplicação no cenário científico brasileiro acerca de estudos do futuro. Conclui-se que o tema tem origens remotas e as conceituações/nomenclaturas existentes receberam diversas contribuições, atualizando-se e ampliando suas especificações e complexidades operacionais, encontrando espaço crescente no meio científico a partir da década de 1950. A abordagem originalmente genérica tem sido substituída por visões mais específicas, relacionadas a métodos próprios de investigação e construção do futuro, ganhando maior pertinência, coerência e replicabilidade. A adoção de uma ou outra nomenclatura (e seus métodos) deve decorrer de uma identidade histórica e cultural com o contexto de aplicação. Acredita-se que essa pesquisa aponta um caminho oposto às confusões teóricas, erros conceituais ou uso amplo e indiscriminado de conceitos sinônimos, por vezes verificados na literatura, indicando ainda algumas oportunidades de desenvolvimento técnico sobre os estudos do futuro.
Estudos do futuro; Prospectiva; Prospecção; Previsão; Cenários futuros