Este estudo se propõe a analisar os mandatos das subsidiárias de empresas transnacionais (ETNs) no estrangeiro por intermédio dos mecanismos de alocação das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) entre os centros descentralizados de pesquisa. Iniciamos o trabalho com a apresentação de uma síntese das diferentes perspectivas encontradas na literatura econômica sobre a subordinação (ou condicionamentos) da autonomia administrativa e tecnológica das filiais. Tal síntese permite estabelecer uma hierarquia entre as subsidiárias e uma tipologia para evolução (retrocesso) de mandatos construída, principalmente, para as ETNs estruturadas em forma de rede corporativa. A seguir, a partir de pesquisas realizadas sobre as atividades dos laboratórios de P&D da indústria de equipamentos de telecomunicações no Brasil, procuramos mostrar que: a) a descentralização das atividades tecnológicas é um fato que não está restrito apenas aos países centrais; b) as tecnologias de informação permitiram que as subsidiárias no país se integrassem aos laboratórios centrais das ETNs, dando-lhes condições de desenvolver e participar de outras atividades tecnológicas, além das tradicionais funções de adaptação de processo e de produtos.
empresas transnacionais; mandatos de subsidiárias; internacionalização e descentralização de pesquisa e desenvolvimento; evolução das capacidades tecnológicas em países em desenvolvimento