Resumo
Este estudo analisou as mudanças na estrutura da rede política do APL calçadista de Jaú/SP no período de 1996 à 2016. Utilizou-se a teoria das redes como base teórica pois tem obtido espaço nos estudos organizacionais nas últimas décadas, além de fornecer explicações para vários fenômenos, em especial ao estudo de arranjos produtivos. A amostra envolveu 90 atores divididos em três períodos: 1996/2001, 2002/2010 e 2011/2016. Para construção das redes, utilizou-se os softwares Ucinet e Gephi. Além de uma análise contextual, as métricas de ARS (centralidade, densidade, distância geodésica e subgrupos), possibilitaram identificar as interações entre os atores. Os resultados indicaram mudanças estruturais na rede. O número de atores aumentou de 29 no primeiro período, para 70 atores no segundo período (+141%) e, reduziu para 39 no período seguinte (-44%). Quanto a densidade, identificou-se uma rede densa no período 1996/2001 e posteriormente uma rede difusa, com acesso pulverizado de informações e recursos, nos períodos 2002/2010 e 2011/2016. Os atores centrais foram o Sindicalçados, Sebrae e diretores do sindicato patronal. A participação do Sebrae e de outras entidades influenciaram na criação de laços e propiciou ganhos econômicos as empresas de Jaú, especialmente no período 2002/2009, pois as entidades e as parcerias firmadas, não buscaram somente a articulação dos empresários, muitas vezes se tornaram as protagonistas das mudanças. Entretanto, a redução das atividades do Sebrae, a partir de 2010, potencializou a redução de indicadores econômicos como número de empresas e empregos, quando comparados com outras regiões produtoras de calçados no Brasil.
Palavras-chave:
Redes; Calçados; Centralidades; Organização