Resumo
A convencionalidade é normalmente considerada a principal variável atuante no processamento de frases metafóricas. Neste artigo, defende-se, alternativamente, a hipótese de que é a familiaridade o fator pragmático determinante para a compreensão de metáforas nominais do tipo “X é um Y”. Autores como Searle (1993 [1979]), Gibbs (1981), Janus e Bever (1985), Glucksberg (1988; 2003), Bowdle e Gentner (2005) e Ricci (2016) utilizaram-se da convencionalidade como variável fundamental para os seus estudos experimentais, ignorando o efeito da familiaridade. É dentro deste contexto, e por contraste, que o presente estudo se insere. Um experimento on-line de leitura segmentada autocadenciada com frases metafóricas do tipo “X é um Y” apresentadas sem contexto prévio foi aplicado e revelou que a familiaridade (e não a convencionalidade) foi a única variável que registrou efeito significativo.
Palavras-chave:
Psicolinguística; Processamento; Metáfora; Pragmática; Familiaridade