RESUMO
No contexto poético norte-americano, o intercâmbio da reconhecida ontologia com base no conceito da natureza como universo extra-humano e a sua concomitante epistemologia na poética realça-se como contraste aos devastadores resultados do capitalismo atual. Além disso, o lugar da ecocrítica na comunidade de poetas dos Estados Unidos oferece uma possibilidade de gerir uma nova concepção do transnacionalismo. Nasce uma metalinguagem desconstrutiva e anti-hegemónica na poesia ecocrítica como expressão de um possível paradigma cuja finalidade é de servir como vanguarda de confronto à corrente sociopolítica da maioria. Um exemplo pouco estudado e reconhecido no âmbito da língua portuguesa, mas cuja presença vem a calhar num momento propício para a expansão dos estudos da literatura ecocrítica a um patamar transnacional e global, é o poeta norte-americano Jonathan Skinner. A sua primeira coleção de poemas, Political Cactus Poems (2005), revela uma novidosa epistemologia extra-humana na qual a natureza recobra a sua primacia por meio da expressão duma ética natural.
Palavras Chaves:
ecocrítica; Jonathan Skinner; poesia americana