Resumo
A análise da história e dos usos contemporâneos dos termos epigênese, atribuído a Aristóteles, e epigenética, criado no século XX pelo biólogo C. H. Waddington, revela as tensões entre as perspectivas vitalistas e mecanicistas – ou epigenistas e pré-formacionistas – que têm se contraposto regularmente no seio das ciências da vida na cultura ocidental desde o século XVII. O campo demarcado pelo último termo abriga intensas discussões sobre os limites do neodarwinismo, abrindo espaço para a influência do meio na transmissão transgeracional. Essas tensões e polêmicas encontram fundo eco nas ciências humanas, por postularem diferentes pesos e implicações da herança “natural” para a vida mental, social ou cultural no desenvolvimento e efetivação da humanidade.
Palavras-chave
antropologia da ciência; epigênese; evolucionismo; vitalismo