Resumo
Este artigo analisa os processos de ensino e aprendizagem em dois contextos sociais diversos vivenciados por famílias agricultoras, no Paraná, e por famílias indígenas galibi-marworno, no Amapá. Embora a educação escolar seja valorizada pelas famílias e ocupe um tempo e investimento considerável das crianças, esses contextos são aqui considerados “não escolarizados” porque a escola não constitui uma fonte hegemônica de conhecimento para essas crianças, que também aprendem através de outras situações vivenciadas por elas, especialmente através da participação nas atividades produtivas familiares. Ao reconhecer alguns aspectos comuns dos processos de aprendizagem nesses dois contextos, como a centralidade da experiência e da corporalidade, a atenção aos esforços de imitação, a ênfase na iniciativa dos aprendizes e a atribuição progressiva de responsabilidades, o artigo procura contribuir para os debates antropológicos contemporâneos sobre cognição e aprendizagem.
Palavras-chave
agricultura familiar; aprendizagem; Galibi-Marworno; infância