Resumo
O artigo retoma a etnografia realizada com os meninos do povo indígena Xakriabá e focaliza cenas de campo que descrevem práticas presentes no cotidiano desses meninos que caracterizam a passagem do espaço doméstico para o mundo adulto masculino através da circulação pelo território. A caça assume um lugar emblemático na configuração das aprendizagens que constituem o ethos masculino dos Xakriabá. A configuração singular de tais práticas é revisitada para explorar suas articulações e revelar as aprendizagens que se tornam possíveis no uso da foice, parte do trabalho na roça; e na caça, realizada na mata do entorno das aldeias. Explora-se a aprendizagem como dimensão inerente às práticas e busca-se estabelecer relações entre as configurações de diferentes aprendizagens para explicitar orientações recorrentes como a interação entre pares e a cor-responsabilização na condução das práticas, que revelam modos de aprender próprios nas interações entre os Xakriabá.
Palavras-chave
aprendizagem; caça; meninos indígenas xakriabá; trabalho na roça